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Levy afirma que economia tem mostrado uma enorme resiliência

Ministro afirmou que apesar da crise pela qual o Brasil passa, não há desorganização do tecido econômico

"Apesar da desaceleração, a inadimplência está sob controle e o desemprego não está subindo tanto", disse Joaquim Levy (Valter Campanato/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de outubro de 2015 às 20h48.

São Paulo - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy , afirmou nesta terça-feira, 27, que, apesar da crise pela qual o Brasil passa, não há desorganização do tecido econômico.

"A economia tem mostrado uma enorme resiliência. Apesar da desaceleração, a inadimplência está sob controle e o desemprego não está subindo tanto, apesar de obviamente ter um impacto. Nós não estamos vendo uma desorganização do tecido econômico, e isso mostra a flexibilidade, a capacidade da economia, o potencial de recuperação", afirmou durante evento em São Paulo.

Levy deixou claro, no entanto, que essa resiliência da economia tem limites. "Seria muito arriscado entrar no próximo ano sem estar definida a fonte de recursos para financiar as despesas obrigatórias do governo", apontou. O ministro disse que não existem soluções fáceis e que não é possível protelar o combate a esses problemas.

Questionado sobre a possibilidade de reduzir as despesas com custeio, inclusive com compras pequenas de comida e material de escritório para a Presidência, por exemplo, ele disse que ainda existe onde cortar, mas que isso não é nada comparado com os gastos com transferências e subsídios.

"Eu não acho que flores custem R$ 40 bilhões, R$ 50 bilhões como acontece com os subsídios", afirmou.

"Esse trabalho também tem de ser feito, mas não é só isso. Não devemos tentar encontrar soluções fáceis e enganadoras para problema que é real."

Ele lembrou que o governo reduziu recentemente o número de ministérios e também os cargos comissionados. Levy disse que ainda não viu seu contracheque, mas sabe que seu salário caiu 10%.

O ministro brincou também com uma foto recente que viralizou nas redes sociais, na qual ele aparece dormindo durante um voo comercial. "Eu aproveito a boa indústria de transporte aéreo que nós temos", disse, sem se referir especificamente ao caso.

O ministro também foi questionado sobre o que o levaria a deixar o governo, mas não respondeu.

"O importante, no trabalho, é se temos sucesso em explicar para as pessoas o que estamos fazendo, por que estamos fazendo. As pessoas têm de ter confiança de que, se acertarmos o fiscal, colocarmos as contas em ordem, a economia volta a crescer", se limitou a dizer.

Segundo ele, o governo tem de dar uma sinalização muito clara sobre quais são seus compromissos, não só os imediatos, mas sobre como quer ver a economia no futuro.

"Nós temos de dar uma sacudida na economia, porque capacidade de reação a gente tem. Já passamos por outras crises e vamos passar por esta também."

'O Brasil supera'

Levy afirmou também que "tem demorado um pouco mais para as pessoas se darem conta de que precisamos fazer as coisas" para melhorar a situação das contas públicas do País.

"Temos US$ 370 bilhões de reservas. E talvez as pessoas não entendam a urgência de medidas fiscais", disse.

O ministro citou que é papel do governo explicar à sociedade porque é importante realizar o ajuste fiscal, pois é um trabalho necessário para viabilizar a expansão da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e o crescimento do PIB.

"Quem faz investimento hoje quer saber como será o cenário fiscal em 4 ou 5 anos", comentou.

Levy apontou que o Poder Executivo vem fazendo esforços para cortar 10% de despesas, inclusive com a redução de oito ministérios.

"Em valor nominal, gastamos o mesmo que em 2013", apontou. Ele citou que seu salário foi reduzido em 10%, o que considerou ser importante também para dar a sua contribuição.

De acordo com o ministro, a crise atual é séria, mas o País já superou outras que foram piores. "Não podemos achar que agora vai ser o desespero. O Brasil supera."

O ministro refutou que ocorra hoje dominância fiscal, que era um fato na década de 1980, mas que "não vemos esse quadro hoje".

Sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Levy disse que ele mostrou "enorme maturidade" ao promover um ajuste fiscal no início de seu governo e que isso foi importante para o período de crescimento posterior que se observou.

"Isso é algo que nunca vai se apagar da biografia dele, de dar um rumo, abrir oportunidades para o Brasil", comentou.

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São Paulo - O ministro da Fazenda, Joaquim Levy , afirmou nesta terça-feira, 27, que, apesar da crise pela qual o Brasil passa, não há desorganização do tecido econômico.

"A economia tem mostrado uma enorme resiliência. Apesar da desaceleração, a inadimplência está sob controle e o desemprego não está subindo tanto, apesar de obviamente ter um impacto. Nós não estamos vendo uma desorganização do tecido econômico, e isso mostra a flexibilidade, a capacidade da economia, o potencial de recuperação", afirmou durante evento em São Paulo.

Levy deixou claro, no entanto, que essa resiliência da economia tem limites. "Seria muito arriscado entrar no próximo ano sem estar definida a fonte de recursos para financiar as despesas obrigatórias do governo", apontou. O ministro disse que não existem soluções fáceis e que não é possível protelar o combate a esses problemas.

Questionado sobre a possibilidade de reduzir as despesas com custeio, inclusive com compras pequenas de comida e material de escritório para a Presidência, por exemplo, ele disse que ainda existe onde cortar, mas que isso não é nada comparado com os gastos com transferências e subsídios.

"Eu não acho que flores custem R$ 40 bilhões, R$ 50 bilhões como acontece com os subsídios", afirmou.

"Esse trabalho também tem de ser feito, mas não é só isso. Não devemos tentar encontrar soluções fáceis e enganadoras para problema que é real."

Ele lembrou que o governo reduziu recentemente o número de ministérios e também os cargos comissionados. Levy disse que ainda não viu seu contracheque, mas sabe que seu salário caiu 10%.

O ministro brincou também com uma foto recente que viralizou nas redes sociais, na qual ele aparece dormindo durante um voo comercial. "Eu aproveito a boa indústria de transporte aéreo que nós temos", disse, sem se referir especificamente ao caso.

O ministro também foi questionado sobre o que o levaria a deixar o governo, mas não respondeu.

"O importante, no trabalho, é se temos sucesso em explicar para as pessoas o que estamos fazendo, por que estamos fazendo. As pessoas têm de ter confiança de que, se acertarmos o fiscal, colocarmos as contas em ordem, a economia volta a crescer", se limitou a dizer.

Segundo ele, o governo tem de dar uma sinalização muito clara sobre quais são seus compromissos, não só os imediatos, mas sobre como quer ver a economia no futuro.

"Nós temos de dar uma sacudida na economia, porque capacidade de reação a gente tem. Já passamos por outras crises e vamos passar por esta também."

'O Brasil supera'

Levy afirmou também que "tem demorado um pouco mais para as pessoas se darem conta de que precisamos fazer as coisas" para melhorar a situação das contas públicas do País.

"Temos US$ 370 bilhões de reservas. E talvez as pessoas não entendam a urgência de medidas fiscais", disse.

O ministro citou que é papel do governo explicar à sociedade porque é importante realizar o ajuste fiscal, pois é um trabalho necessário para viabilizar a expansão da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) e o crescimento do PIB.

"Quem faz investimento hoje quer saber como será o cenário fiscal em 4 ou 5 anos", comentou.

Levy apontou que o Poder Executivo vem fazendo esforços para cortar 10% de despesas, inclusive com a redução de oito ministérios.

"Em valor nominal, gastamos o mesmo que em 2013", apontou. Ele citou que seu salário foi reduzido em 10%, o que considerou ser importante também para dar a sua contribuição.

De acordo com o ministro, a crise atual é séria, mas o País já superou outras que foram piores. "Não podemos achar que agora vai ser o desespero. O Brasil supera."

O ministro refutou que ocorra hoje dominância fiscal, que era um fato na década de 1980, mas que "não vemos esse quadro hoje".

Sobre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Levy disse que ele mostrou "enorme maturidade" ao promover um ajuste fiscal no início de seu governo e que isso foi importante para o período de crescimento posterior que se observou.

"Isso é algo que nunca vai se apagar da biografia dele, de dar um rumo, abrir oportunidades para o Brasil", comentou.

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