“Leis ambientais retardam infraestrutura no Brasil”, diz presidente da Azul
Para empresários, burocracia nos processos de licenças é um dos maiores gargalos para o desenvolvimento
Da Redação
Publicado em 30 de setembro de 2011 às 17h28.
São Paulo – O presidente da companhia aérea Azul, Pedro Janot, afirma que as leis ambientais brasileiras representam um grande gargalo burocrático que impede o desenvolvimento da infraestrutura no país.
“A questão do meio ambiente coloca a infraestrutura como prisioneira de algumas paixões e atrapalha o andamento de alguns projetos. Cada vez que se fala em construir um aeroporto, aparece a questão da licença ambiental. Viracopos (aeroporto em Campinas, interior de São Paulo) demorou 15 anos para conseguir sua licença”, disse o empresário
Janot participou de debate no EXAME Fórum, evento organizado pela revista EXAME para discutir a competitividade da economia brasileira. Segundo ele, não se trata de certo ou errado na discussão sobre as licenças ambientais. O problema é o excesso de burocracia envolvida na liberação destas permissões.
Vitor Hallack, presidente da construtora Camargo Correa, disse durante o debate que a sociedade demanda respeito ao meio ambiente, “e temos que conviver com isso”. “O grande limitador não é a questão ambiental em si, e sim a gestão. Não há processos que tornem eficiente a concessão de todo um emaranhado de licenças, sejam quais forem”, afirmou.
Hallack enfatizou que a burocracia na concessão de licenças, incluindo as ambientais, pode levar a atrasos em obras, “o que é desastroso para as empresas.” Por isso, segundo o empresário, a iniciativa privada ainda não adquiriu a confiança necessária para investir de forma mais efetiva em infraestrutura.
“Como atrair investimentos sem segurança? A segurança passa pela questão de como melhorar a questão da eficiência da gestão publica”, concluiu o empresário.
Inversão
Adilson Primo, presidente da Siemens no Brasil, disse que houve avanços em infraestrutura no Brasil nos últimos anos, mas ainda é muito pouco. “Nossa logística é a mesma dos anos 1970. Não se investiu mais do que 0,2% do PIB. Uma economia que pretende ser protagonista em 2025 não pode ter uma infraestrutura como esta.”
De acordo com o executivo, o Brasil precisaria investir 100 bilhões de dólares em infraestrutura nos próximos anos. Entretanto, o país tem poucas fontes para financiar estes investimentos. “Só temos o BNDES. Acho que um dos grandes gargalos é como vamos financiar os investimento nos próximos anos”, disse.
Pedro Janot, da Azul, disse que é preciso inverter uma equação em vigor no Brasil. “Hoje, 60% dos investimentos em infraestrutura vêm do governo, e a iniciativa privada garante os outros 40%. Em países europeus, é o inverso, as empresas investem 70%. Precisamos mudar este quadro.”
São Paulo – O presidente da companhia aérea Azul, Pedro Janot, afirma que as leis ambientais brasileiras representam um grande gargalo burocrático que impede o desenvolvimento da infraestrutura no país.
“A questão do meio ambiente coloca a infraestrutura como prisioneira de algumas paixões e atrapalha o andamento de alguns projetos. Cada vez que se fala em construir um aeroporto, aparece a questão da licença ambiental. Viracopos (aeroporto em Campinas, interior de São Paulo) demorou 15 anos para conseguir sua licença”, disse o empresário
Janot participou de debate no EXAME Fórum, evento organizado pela revista EXAME para discutir a competitividade da economia brasileira. Segundo ele, não se trata de certo ou errado na discussão sobre as licenças ambientais. O problema é o excesso de burocracia envolvida na liberação destas permissões.
Vitor Hallack, presidente da construtora Camargo Correa, disse durante o debate que a sociedade demanda respeito ao meio ambiente, “e temos que conviver com isso”. “O grande limitador não é a questão ambiental em si, e sim a gestão. Não há processos que tornem eficiente a concessão de todo um emaranhado de licenças, sejam quais forem”, afirmou.
Hallack enfatizou que a burocracia na concessão de licenças, incluindo as ambientais, pode levar a atrasos em obras, “o que é desastroso para as empresas.” Por isso, segundo o empresário, a iniciativa privada ainda não adquiriu a confiança necessária para investir de forma mais efetiva em infraestrutura.
“Como atrair investimentos sem segurança? A segurança passa pela questão de como melhorar a questão da eficiência da gestão publica”, concluiu o empresário.
Inversão
Adilson Primo, presidente da Siemens no Brasil, disse que houve avanços em infraestrutura no Brasil nos últimos anos, mas ainda é muito pouco. “Nossa logística é a mesma dos anos 1970. Não se investiu mais do que 0,2% do PIB. Uma economia que pretende ser protagonista em 2025 não pode ter uma infraestrutura como esta.”
De acordo com o executivo, o Brasil precisaria investir 100 bilhões de dólares em infraestrutura nos próximos anos. Entretanto, o país tem poucas fontes para financiar estes investimentos. “Só temos o BNDES. Acho que um dos grandes gargalos é como vamos financiar os investimento nos próximos anos”, disse.
Pedro Janot, da Azul, disse que é preciso inverter uma equação em vigor no Brasil. “Hoje, 60% dos investimentos em infraestrutura vêm do governo, e a iniciativa privada garante os outros 40%. Em países europeus, é o inverso, as empresas investem 70%. Precisamos mudar este quadro.”