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Kirchner anuncia ministros e mantém Lavagna na economia

Novo presidente argentino toma posse no domingo e terá de batalhar recursos para pagar dívida com o FMI

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h53.

Neste domingo, Néstor Kirchner assumirá a presidência da República argentina depois de permanecer 11 anos como governador da província de Santa Cruz, na Patagônia.

Kirchner anunciou nesta terça-feira (20/5) a formação de seu gabinete ministerial, com a manutenção de Roberto Lavagna no Ministério da Economia. Kirchner manteve o atual ministro da Saúde, Ginés González García, e o da Produção, Aníbal Fernández, que será o ministro do Interior. O vice-presidente, Daniel Scioli, já adiantou que continuará à frente da Secretaria do Turismo e Esportes.

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O jurista Rafael Bielsa, irmão do técnico da seleção argentina de futebol e ex-membro da do governo do ex-presidente Fernando de la Rúa (1999-2001), será o ministro das Relações Exteriores.

Análise do Lloyds TSB aponta que, apesar de ter uma reputação muito boa sobre sua administração na província, muitos duvidam de sua capacidade de governar o país.

Santa Cruz é rica em petróleo, tem uma população pequena e a participação do setor público na economia local é elevada. Kirchner pretende implementar um programa de obras públicas e infra-estrutura para estimular o processo de reativação da economia e fomentar o emprego. "O problema é que não está claro de onde viriam os recursos para financiar as obras", avalia o CSFB. "Uma possibilidade é utilizar as receitas fiscais que estão acima da meta negociada com o FMI, mas é uma decisão muito controvertida."

Antes de tudo, na verdade, Kirchner precisa fechar um acordo com o FMI o mais rápido possível. "A posição do FMI em relação a um futuro acordo ainda não é conhecida, mas é evidente a decepção do Fundo com a falta de apoio do Congresso para modificar várias leis, conforme havia sido requisitado no acordo firmado em janeiro passado", avalia o Lloyds TSB.

A perspectiva de crescimento econômico no ano deve subir de 1% para 5%, enquanto que as expectativas com a inflação devem apontar para algo próximo a 17% contra os 22% inicialmente projetados. Nada muito difícil para um país que chegou ao fundo do poço, em uma das maiores recessões recentes na América Latina.

O atual presidente Eduardo Duhalde suspendeu os pagamentos ao FMI até setembro, o que fez o risco-país chegar a ultrapassar os 5.000 pontos. Além disso, ainda não se sabe como o país pretende quitar a dívida de quase US$ 6 bilhões pendentes em 2003. Para o ano que vem, a Argentina ainda terá uma dívida de mais de US$ 7 bilhões para quitar com o Fundo Monetário Internacional.

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