ILAN GOLDFAJN, PRESIDENTE DO BANCO CENTRAL: o “complexo de Wiedman” do Banco Central brasileiro é o que está retardando o aparecimento do ciclo de recuperação / Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Da Redação
Publicado em 5 de dezembro de 2016 às 18h55.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h57.
Diante de indicadores que insistem em não melhorar e de novas incertezas para a aprovação da PEC do teto de gastos no Senado, com a chegada do petista Jorge Viana à liderança da Casa, o Banco Central virou, de vez, a maior esperança para que o país volte a crescer em 2017. Nesta terça-feira, o mercado aguarda a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária Nacional, o Copom, que deve trazer sinais sobre como será o corte de juros nas primeiras reuniões do próximo ano.
A última reunião, que terminou na quarta-feira 30 de novembro, reduziu os juros em 0,25 ponto percentual, para 13,75%. O Boletim Focus divulgado ontem mostra que o mercado espera que a postura seja mais agressiva em 2017: cortes de 0,50 ponto nas reuniões de janeiro, fevereiro, abril, maio e julho do próximo ano. A partir daí, os cortes voltariam para 0,25 ponto e a Selic terminaria o ano em 10,50%.,
“A desinflação deve ser maior em 2017 e ao mesmo tempo a atividade econômica ainda deve ser baixa. Isso fará com que o Banco Central corte mais os juros”, diz Rafael Gonçalves Cardoso, economista-chefe do Banco Daycoval.
Para Carlos Kawall, economista-chefe do banco Safra, a queda de juros será o principal fator para impulsionar a economia em 2017. “Em um primeiro momento, os juros menores devem facilitar a redução das dívidas por parte das empresas e das famílias. Já no segundo semestre podemos esperar que haja uma retomada de crédito, aumentando os investimentos no país e contribuindo para um ainda pequeno crescimento econômico”, diz Kawall. Ainda assim, se tudo ocorrer como o previsto, ele projeta que a economia deve crescer 0,5% em 2017.
“As circunstâncias lastimáveis justificam o risco de acelerar o corte”, resume Celso Toledo, diretor da LCA Consultores e colunista de EXAME Hoje. A ata de hoje vai mostrar o quão lastimável o BC considera a situação.