Itaú passa a ver contração de 0,7% na economia brasileira em 2020
A instituição espera que os efeitos da crise sejam concentrados no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre
Ligia Tuon
Publicado em 20 de março de 2020 às 14h19.
Última atualização em 20 de março de 2020 às 17h35.
O Itaú revisou sua expectativa para o crescimento da Brasil para uma contração de 0,7% em 2020 ante a alta de 1,8% anunciada anteriormente, para incorporar impactos da pandemia de coronavírus na economia.
"Levamos em consideração em nosso cenário que nenhum país, estado ou município vai conseguir escapar da escolha entre priorizar a saúde pública ou a manutenção da atividade econômica. E isso terá impacto severo na atividade", diz Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú, em videoconferência nesta sexta-feira, 20.
Apesar da gravidade do cenário, a instituição espera que os efeitos da crise sejam concentrados no Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre, quando a atividade deverá recuar 9,6%, segundo os novos cálculos. Essa perda, porém, deve ser devolvida no trimestre seguinte, com alta prevista de 11,9%.
"Depois a gente vai ter uma retomada, mas isso é sujeito a rupturas, como quebra de empresas e outros fatores que transformariam esse choque transitórios em algo mais persistente", diz Mesquita.O banco prevê ainda que o resultado dos primeiros meses do ano varie 0,3% e o dos três últimos, 0,6%.
Em relação à economia mundial, o Itaú espera que contraia 0,4% em 2020 ante a alta de 2,7% anteriormente.
As previsões econômicas em todo o mundo vêm derretendo nas últimas semanas em meio ao aumento dos casos no mundo, sobretudo na Europa, onde o númerode mortos na Itália já ultrapassou o da China. O país asiático anunciou ter controlado a disseminação da doença no país nesta semana.