Economia

Itália reduz orçamento para atender às exigências de Bruxelas

Redução de gasto afetará duas das principais medidas do governo: a reforma da previdência e a renda mínima cidadã para os mais desfavorecidos

Governo italiano, uma coalizão de extrema direita e antissistema, revisou para baixo seu orçamento (Cdric Lopez/Getty Images)

Governo italiano, uma coalizão de extrema direita e antissistema, revisou para baixo seu orçamento (Cdric Lopez/Getty Images)

A

AFP

Publicado em 17 de dezembro de 2018 às 09h26.

O governo italiano, uma coalizão de extrema direita e antissistema, revisou para baixo seu orçamento, em cerca de 4 bilhões de euros, para atender às exigências das autoridades europeias - disse um ministro nesta segunda-feira.

A redução de gasto afetará duas das principais medidas do governo: a reforma da previdência (promovida pela Liga, o partido de extrema direita do vice-primeiro-ministro Matteo Salvini) e a renda mínima cidadã para os mais desfavorecidos, um projeto do Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema), liderado por Luigi di Maio.

Decididos em uma longa reunião no domingo à noite entre Salvini, Di Maio, o chefe de governo, Giuseppe Conte, e o ministro das Finanças, Giovanni Tria, os cortes representam cerca de 2 bilhões de euros a menos para cada medida.

Segundo os novos cálculos, detalhados na segunda-feira pela imprensa, a renda mínima terá agora um orçamento de 7,1 bilhões de euros - e não de 9 bilhões de euros como até agora. Já o orçamento para a reforma da Previdência Social passaria de 6,7 bilhões de euros para 4,7 bilhões de euros.

O novo projeto de lei de finanças 2019 revisado terá, agora, de ser examinado pelo Senado.

"Há um acordo, que inclui posteriores reduções de impostos", disse Matteo Salvini após a reunião que durou quase quatro horas.

A Comissão Europeia pediu nesta quinta à Itália novos esforços para ajustar seu orçamento de 2019.

Na quarta-feira, o governo italiano propôs a Bruxelas reduzir seu déficit público até 2,04% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019, em vez dos 2,4% iniciais, com a esperança de pôr fim ao enfrentamento com a União Europeia e evitar um procedimento por déficit excessivo.

Acompanhe tudo sobre:ItáliaOrçamento federal

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto