Economia

Itália corre risco de punição por;descumprir metas da União Européia

A Itália pode ser punida pela União Européia (UE) se não reduzir seu déficit orçamentário para o limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), determinado para os países-membros da UE. Entre as sanções, a Itália poderia ser obrigada a gerar uma economia adicional equivalente a 0,5% do PIB, além de ter sua classificação rebaixada […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h11.

A Itália pode ser punida pela União Européia (UE) se não reduzir seu déficit orçamentário para o limite de 3% do Produto Interno Bruto (PIB), determinado para os países-membros da UE. Entre as sanções, a Itália poderia ser obrigada a gerar uma economia adicional equivalente a 0,5% do PIB, além de ter sua classificação rebaixada pelas agências internacionais de avaliação de risco. O maior desafio para que o país cumpra as exigências é conter a tentação do primeiro-ministro Silvio Berlusconi em manter ou ampliar seus gastos, dada a proximidade das eleições na Itália e à sua tentativa de manter sua base unida. Segundo o professor Tito Boeri, da Universidade Bocconi, em Milão, essas circunstâncias aumentam bastante as chances de a Itália exceder o déficit limite de 3% do PIB.

Segundo analistas, a renúncia do ministro da Economia, Giulio Tremonti, no sábado (3/7), apenas dificulta a tarefa. A saída foi provocada pela pressão da parte da coalizão que apóia Berlusconi que não concordava com os rumos da economia. Conforme o jornal americano The Wall Street Journal, a renúncia de Tremonti jogou sobre Berlusconi a responsabilidade de apresentar, nesta segunda-feira (5/7), um programa de corte de gastos para conter o déficit orçamentário. O anúncio será feito durante o encontro dos ministros de finanças da UE, em Bruxelas. A Itália precisa cortar cerca de 7 bilhões de euros de suas despesas correntes para baixar seu déficit para o limite de 3% do PIB. Muitos analistas duvidam que Berlusconi proporá cortes profundos tão profundos.

Segundo The Wall Street Journal, caso Berlusconi não cumpra as regras, a credibilidade da UE poderá sair arranhada se os países-membros hesitarem em punir a Itália. O problema é que 12 dos 25 países que compõem o bloco estão acima do teto de déficit convencionado. As duas maiores economias da zona do euro, Alemanha e França, escaparam recentemente de sanções, embora também tenham estrapolado seus gastos. Para que os dois países não fossem punidos, os ministros das finanças abriram mão, em novembro, da tarefa de aplicar as sanções a ambos, delegando a tarefa para a Comissão Européia.

Uma alternativa seria adiar uma possível sanção à Itália até, pelo menos, 13 de julho. Nesta data, a Corte de Justiça da Europa julgará a legalidade da ação dos ministros das finanças, no caso das sanções à Alemanha e à França.

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