Irã diz que esquema de cooperação com UE está em fase final
A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, informou que a entidade especial permitirá às empresas continuarem com o comércio com o Irã
EFE
Publicado em 1 de outubro de 2018 às 12h30.
Teerã - A criação de uma entidade especial para facilitar os negócios entre a União Europeia (UE) e o Irã , e evitar as sanções impostas pelos Estados Unidos após a saída do acordo nuclear, está em fase final, informou nesta segunda-feira o Ministério das Relações Exteriores iraniano.
"Em algumas áreas nos aproximamos de acordos com a Europa, que devem responder a todas as exigências do Irã, e o mecanismo de cooperação está sendo finalizado", disse o porta-voz da pasta, Bahram Qasemi, de acordo com a agência de notícias oficial iraniana "Irna".
Na recente reunião realizada em Nova York, os chanceleres de Irã e dos cinco países que continuam apoiando o pacto (França, Reino Unido, China, Rússia e Alemanha) decidiram completar os programas de cooperação, segundo Qasemi.
Nessa reunião, os signatários do acordo discutiram "propostas práticas para manter e desenvolver canais de pagamento, notavelmente a iniciativa para estabelecer um veículo especial para facilitar os pagamentos vinculados às exportações iranianas, inclusive de petróleo, e suas importações", segundo o comunicado final.
De acordo com a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, o mecanismo facilitará as transações e permitirá às empresas europeias continuarem com o comércio com o Irã de acordo com as normas comunitárias.
"Definitivamente as sabotagens dos Estados Unidos neste sentido fracassarão", acrescentou Federica.
Qasemi explicou que as negociações e os mecanismos de Irã e UE não são revelados detalhadamente devido aos "interesses nacionais do país e pelos inimigos que pretendem destruir os laços".
"O tema do petróleo em troca de alimentos ou qualquer interpretação deste estilo não é certo", afirmou Qasemi, ao acrescentar que o Irã insiste em suas reivindicações.
Após os Estados Unidos se retirarem em maio do acordo nuclear conseguido em 2015 entre Irã e seis países, os demais signatários começaram a negociar com o governo em Teerã com o objetivo de garantir seus interesses e preservar o pacto.
Os Estados Unidos impuseram novas sanções contra Teerã, cuja primeira fase já entrou em vigor em agosto e sua segunda fase será aplicada em novembro.
Estas sanções asfixiam a economia do Irã, por isso o governo, para permanecer no pacto que limita suas atividades nucleares, exige aos demais signatários que garantam seus interesses.
"Se por alguma razão a UE e outros parceiros não oferecerem nossas garantias requeridas, este tema pode afetar a decisão do Irã e seguir um caminho que seja de interesse para o país", acrescentou Qasemi.