O Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) apurou deflação de 0,16% em junho na cidade de São Paulo. Foi o menor índice registrado desde fevereiro de 2000. A retração apurada pela Fipe reforça que a queda dos preços, já apuradas nos índices do atacado, chegou ao consumidor final.

Em maio, o IPC apurou inflação de 0,31%. No ano, a inflação medida pela Fipe acumula alta de 5,28%, contra uma inflação de 1,34% registrada em igual período do ano anterior. Nos últimos 12 meses, os preços aumentaram 14,22%. A Fipe alterou sua estimativa de inflação para este ano de de 9% para 8,5%.

Contribuíram para o resultado de junho a queda no preço dos transportes (-0,95%) e , pela primeira vez no ano, da alimentação (-1,35%). Altas foram apuradas nos itens saúde (0,81%) e habitação (0,47%). Vestuário (1,09) e despesas pessoais (0,23%) registram aumentos menores em relação ao mês anterior.

Na avaliação da consultoria Global Invest, não fossem os aumentos nas tarifas de energia, que pesam no resultado da habitação, a deflação seria maior. Para a Global Invest, o IPC-Fipe pode sofrer novo repique em julho, reflexo do aumento nas tarifas telefônicas. No entanto, ainda é cedo para calcular o impacto dos reajustes, já que mobilizações na justiça ainda ameaçam os aumentos na tarifa de telefone , diz relatório divulgado pela consultoria.

Para a consultoria, a deflação nos preços do varejo abre espaço para governo adotar uma política monetária menos rígida a partir do segundo semestre. O Comitê de Política Monetária deveria acelerar o corte de juros , diz o texto da Global Invest.