Investimentos estrangeiros diretos somam US$ 1,6 bi em julho
É o segundo mês consecutivo de alta, o que reforça a percepção de aumento na confiança dos investidores no país, afirma; analista
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h54.
O ingresso líquido de investimento estrangeiro direto (IED) na economia brasileira em julho registrou o melhor desempenho do ano, alcançando 1,6 bilhão de dólares, ou mais do que o dobro de junho (737 milhões de dólares). Em julho de 2003, o IED havia sido de 1,2 bilhão. (Leia reportagem da revista EXAME sobre viagem de Lula aos EUA em busca de investidores.) O dado foi divulgado pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (25/8).
De acordo com Vladimir Caramaschi, economista-chefe da Fator Corretora, a média de IED até junho foi de apenas 674 milhões de dólares, o que realça o resultado de julho. "É o segundo mês consecutivo de alta nos investimentos estrangeiros diretos, o que reforça a percepção de aumento na confiança dos investidores no país", afirma.
As contas da Global Invest são diferentes, mas apontam para a mesma tendência. De acordo com a consultoria, e média de IED no primeiro semestre foi de 537 milhões de dólares, e com os ingressos de julho subiu para 617 milhões. Se essa média for mantida até o final do ano, o IED ficará em torno de 7,5 bilhões de dólares. A consultoria, no entanto, espera uma aceleração nos investimentos no segundo semestre, o que elevaria o total de 2004 para 9 bilhões.
Destacando "a continuidade do saldo comercial positivo", que atingiu 3,5 bilhões de dólares em julho, o BC informou que as transações correntes do balanço de pagamentos fecharam o mês passado superavitárias em 1,8 bilhão de reais, acumulando 6,2 bilhões nos sete primeiros meses do ano. O único resultado da série histórica iniciada em 1947 que se aproxima disso é o do ano de 1992 inteiro (6,1 bilhões). A Global Invest projeta um saldo em transações correntes de 7,5 bilhões de dólares em 2004 e um saldo comercial de 31,5 bilhões.
Saídas
Em julho, as remessas líquidas de renda para o exterior registraram 1,5 bilhão, crescimento de 13% em relação ao mesmo mês de 2003. O resultado da chamada conta financeira já considera o fluxo de IEDs. De acordo com o BC, só as remessas líquidas de renda de investimento direto, por exemplo, somaram 508 milhões de dólares, aumento de 52,4% em relação a julho de 2003.
As reservas totalizaram 49,7 bilhões de dólares em julho, 139 milhões a menos do que em junho. A dívida externa, de 207,2 bilhões de dólares, apresentou redução de 2,9%, ou 6,2 bilhões, de março para maio (as estimativas do BC para este item são defasadas). Desse total, 20,8 bilhões se referem à dívida externa de curto prazo.