Exame Logo

Intenções de investimentos caem 30% no primeiro semestre

que pode ou não se materializar. Nos anúncios de investimentos também não consta a maior parte dos desembolsos voltados ao agribusiness. O setor funciona hoje como a locomotiva dos negócios brasileiros no mercado interno e externo, mas os empresários dessa área não costumam anunciar seus investimentos, por maiores que sejam. Apesar dessas limitações, segundo Simonsen, […]

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h44.

que pode ou não se materializar. Nos anúncios de investimentos também não consta a maior parte dos desembolsos voltados ao agribusiness. O setor funciona hoje como a locomotiva dos negócios brasileiros no mercado interno e externo, mas os empresários dessa área não costumam anunciar seus investimentos, por maiores que sejam. Apesar dessas limitações, segundo Simonsen, um anúncio de investimentos é sempre um sinalizador que consegue refletir uma parte do cenário político-econômico.

O setor de energia é um bom exemplo de como as tendências podem aparecer quando se identificam as intenções. O levantamento deste ano mostra que, apesar dos maiores investimentos anunciados tenham saído de uma estatal da área de eletricidade, esse setor não demonstra o fôlego que lhe é característico. O segmento de energia, eletricidade e gás, historicamente reúne as maiores cifras e os projetos mais grandiosos. No acumulado de 1995 a 2002, respondeu sozinho por 17,3% das intenções de investimentos computadas pela Simonsen a liderança. O setor somou o volume recorde de 220,6 bilhões de dólares. Neste ano, ainda lideram o ranking dos maiores anúncios de investimentos, com 12,5 bilhões de dólares já anunciados. Mas os valores caíram 30,6% em relação a igual período do ano passado apesar do mercado de energia ainda estar aberto a novos projetos. Esse setor tem muito espaço para crescer, mas deu uma parada a espera de mudanças na regulamentação , diz Harry Simonsen.

Veja também

Outro segmento bem delineado na pesquisa é o de equipamentos de transporte, que inclui as montadoras de veículos. Os anúncios de investimentos nessa área caíram 67%, passando de 4,8 bilhões de dólares no primeiro semestre do ano passado para 1,6 bilhão de dólares no começo de 2003. Em parte, o setor precisa recuperar o que já investiu, pois a retração nos anúncios em 2003 vem após anos de grandes obras, em novos pólos automotivos. De 95 a ao ano passado, o setor anunciou 102 bilhões de dólares em investimentos. Mas a retração reflete também um momento de queda nas receitas das empresas. O Brasil até precisa renovar a frota e popularizar o uso do automóvel, o que poderia incentivar novos investimentos. Mas a queda na renda do brasileiro, associada à alta nos juros (que dificulta o crédito), derrubaram as vendas internas e estão desestimulando novos desembolsos.

Existem quedas vertiginosas no levantamento de intenções de investimentos neste início de ano, que, no entanto, são menos preocupantes quando avaliadas no contexto macroeconômico e setorial. É o caso do setor de comunicação, que incluem as empresas de telecomunicações: a baixa foi de 76%. O setor enfrenta problemas regulatórios, mas a queda no primeiro semestre na verdade mostra o fim de um ciclo para esse setor , diz Simonsen. As expansões necessárias foram concluídas e agora esse mercado vive uma mudança tecnológica que exige uma parada nos investimentos.

Poucos setores na economia brasileira parecem engrenados para crescer. Entre as exceções estão as indústrias de alimentos, bebidas e correlatos, que anunciaram no primeiro semestre deste ano a intenção de investir 1,165 bilhão de dólares, um crescimento de 8% em relação a igual período do ano passado. No setor de refinação de petróleo a alta no mesmo período é maior ainda: 70%, totalizando 2,5 bilhões de dólares.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame