Integração em fusões custa até 14% do total, diz estudo
Conforme o levantamento da consultoria EY, entre as companhias pesquisadas, o valor médio dos negócios fechados no ano passado foi de US$ 342 milhões
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2014 às 15h32.
São Paulo - As companhias do mundo todo, após realizarem grandes fusões ou aquisições , gastam em média 14% do valor total da operação com o processo de integração, aponta o estudo "The right combination: managing integration for deal success", da consultoria EY.
Conforme o levantamento, entre as companhias pesquisadas, o valor médio dos negócios fechados no ano passado foi de US$ 342 milhões.
Do total, em média cerca de US$ 50 milhões foram gastos com a integração em cada uma dessas transações. O estudo ouviu 200 executivos de diversos países.
Considerando-se o total de transações ocorridas em 2013, o total de custos com integração foi de cerca de 234 bilhões de euros - sendo 103 bilhões de euros só na América do Norte e 75 bilhões de euros na Europa, Oriente Médio, Índia e África.
Em nota, Sérgio Menezes, sócio de transações corporativas da EY, afirma que a integração pós-aquisição é uma tarefa extremamente desafiadora.
"Estudos demonstram que uma em cada duas transações não atingem o seu objetivo estratégico originalmente planejado", destaca.
A EY estima que, no Brasil, as empresas brasileiras não tenham taxa de sucesso superior às internacionais.
Além disso, têm custos de integração operacionais bastante inferiores aos encontrados em outros países.
"Observa-se no Brasil que a maioria das empresas dá um foco mais forte nos esforços de pré-aquisição (estudo de mercado e diligências diversas) do que nos esforços de pós-aquisição (integração, implicações operacionais, culturais, dentre outros)", diz a consultoria, na nota.
Também no comunicado, Menezes afirma que, no Brasil, ainda não são observados custos com integração em níveis elevados como em outros países.
Isso porque, desde janeiro de 2012, foram realizadas centenas de transações no Brasil - 75% consideradas pequenas, de valor inferior a US$ 100 milhões.
No período, segundo critérios de segmento, escala e disponibilidade de informações, o sócio da EY destaca que apenas 50 poderiam ser candidatas a um trabalho de integração intenso, com a busca de sinergias para tornar a transação bem sucedida.
O estudo mostra ainda que, para 29% dos entrevistados, as áreas de vendas e marketing lideram entre as prioridades das companhias no momento da integração.
Em seguida, a prioridade é a área de operações, de acordo com 27% dos entrevistados. A área de operações é que leva mais tempo e consome a maior parte do orçamento para integração.