Iniciado em 1939, comércio entre Brasil e África do Sul atingirá US$ 1 bilhão
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, encontrou-se com o ministro da Indústria e Comércio, Alexander Erwin, da África do Sul para conversar sobre parcerias comerciais em setores onde há complementação entre os dois países, como frutas o Brasil é líder no suco de laranja, e a África do Sul, em […]
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, encontrou-se com o ministro da Indústria e Comércio, Alexander Erwin, da África do Sul para conversar sobre parcerias comerciais em setores onde há complementação entre os dois países, como frutas o Brasil é líder no suco de laranja, e a África do Sul, em sucos de outras frutas, como maçã. Os ministros trataram ainda do livre comércio entre os países integrantes do Mercosul e da União Aduaneira da África do Sul (SACU).
De acordo com Furlan, a expectativa de negócios entre os dois países pode chegar a US$ 1 bilhão de dólares ainda este ano. O ministro lembrou que o primeiro tratado entre o Brasil e a África foi feito em 1939, e que só agora, 64 anos depois, poderá atingir a cifra de US$ 1 bilhão de dólares na corrente de comércio. Segundo Furlan, esse cenário de otimismo e o potencial produtivo dos dois países podem ser multiplicados nos próximos quatro anos. O Mercosul e a África do Sul estão em negociações nos últimos dois anos para fechamento de um acordo de livre comércio, que poderá ampliar as trocas comerciais e os investimentos. Mas duplicar a corrente comercial com a África do Sul em três anos é o objetivo da missão empresarial brasileira. A meta é chegar a 2006 com volume de compra e venda entre os dois países atingindo US$ 2 bilhões.
Principal parceiro do Brasil no continente africano, a África do Sul é considerada porta de entrada para os demais países do continente. A estabilidade política e a consolidação de
nossa economia abrem grandes possibilidades de interação com os países africanos. Esses, por sua vez, dispõem de grande riqueza e potencial humano. Podem contribuir para a melhoria do nosso fluxo de comércio , afirmou Furlan.
De acordo com Furlan, representantes de vários setores da economia brasileira estarão nessa missão. Ele destacou que setores pouco tradicionais, como fabricantes de chocolates e proprietários de confeitarias, assim como os mais tradicionais - café, calçado e têxtil (tecidos e confecções) - estão participando da comitiva. Segundo o embaixador da África do Sul, Mbulelo Rakwena, a visita da comitiva empresarial brasileira é bastante oportuna, porque dá liberdade para os dois países levarem à frente a cooperação entre todos os demais pertencentes à base horizontal Sul. Ao completar 10 anos de democracia, no ano que vem, disse Rakwena, os sul-africanos comemoram também o progresso no comércio internacional com o Brasil. "Há 10 anos, isso não havia", reforçou o ministro africano.
Segundo a Agência Brasil, a maior dificuldade encontrada pelos brasileiros é convencer os possíveis parceiros da importância de abrir os seus mercados a produtos melhor produzidos. "Os sul-africanos ainda estão muito fechados. Não sabem que estamos competindo com outros países em qualidade. Este é um dos nossos principais problemas , comentou o consultor Duncan Bonnett, um dos maiores especialistas em comércio exterior na África do Sul. Um dos setores brasileiros com presença garantida é o de calçados. "Os sapatos brasileiros são os mais procurados. As cores, o acabamento e o conforto fazem deles a nossa principal vitrine , disse Liliana Tradkovic, lojista em um grande shopping de Johannesburgo. A sua loja vende uma média de dez sapatos brasileiros por dia.
A missão comercial brasileira foi organizada pela Agência de Promoção de Exportações (Apex) e está tendo contato com empresários e dirigentes de localidades da África do Sul.
Segundo o presidente da Apex, Juan Quirós, mais de 3 000 empresas fizeram contato com o Brasil durante o processo de prospecção de mercado, mas o critério utilizado para o agendamento priorizou empresas de importação que dominassem entre 60% e 80% de cada mercado. "Mesmo assim, outras empresas resolveram vir ao menos para iniciar a conversa", comentou Quirós.
Os negócios envolvem setores que vão desde a moda praia, calçados, roupas e alimentos, até máquinas e equipamentos, cerâmica e energia elétrica. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, visitou cada uma das 30 mesas instaladas e à tarde seguirá para a capital do país, Pretória, onde se reunirá com ministros da área econômica.