Bandeira da Venezuela: no final de 2011, quando os preços subiram 27,6 por cento, o governo começou a ampliar um sistema de controle (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2012 às 17h05.
Caracas - A inflação na Venezuela atingiu 19,9 por cento em 2012, informou o banco central em estimativa preliminar neste sábado, abaixo da meta oficial, graças a controles de preços rigorosos, os quais líderes empresariais dizem ser insustentáveis no longo prazo.
O governo do presidente Hugo Chávez tem limitado os preços para uma grande quantidade de bens de consumo, ajudando a conter a inflação, que tem sido tradicionalmente a maior na América Latina. A meta de 2012 era entre 22 e 25 por cento.
Mas espera-se que a inflação acelere em 2013, porque a Venezuela deve desvalorizar o bolívar após intensa campanha de gastos este ano, que ajudaram a garantir a reeleição de Chávez.
A desvalorização diminuiu pressões fiscais sobre o governo ao fornecer mais bolívares por dólar nas exportações de petróleo, mas também pressiona o custos de importações de bens de consumo básicos que não são produzidos no país.
No final de 2011, quando os preços subiram 27,6 por cento, o governo começou a ampliar um sistema de controle e agora regula os preços de produtos como desodorantes e carnes, ao mesmo tempo em que fixou margens de lucro.
Isso ajudou a manter os preços sob controle num ano eleitoral, apesar de muitos gastos do governo em programas de bem-estar, desde a construção de moradias para pessoas de baixa renda a auxílio mensal para mães solteiras.
Mas líderes empresariais dizem que os controles mantiveram os preços baixos artificialmente e que a inflação deve acelerar.
Na quinta-feira, autoridades divulgaram estimativas preliminares mostrando que a economia cresceu 5,5 por cento em 2012, com o setor de construção entre os de crescimento mais rápido, graças ao programa estatal de construção de moradias.