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Inflação estagnada em junho põe em xeque medidas do Fed

O Fed insiste que espera que a inflação volte a crescer, permitindo que eles subam a taxa de juros de referência gradualmente

Fed: o banco central já elevou a taxa de juros duas vezes neste ano (Kevin Lamarque/Reuters)
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AFP

Publicado em 14 de julho de 2017 às 16h48.

O baixo preço da energia manteve a inflação americana estagnada em junho, de acordo com dados divulgados pelo Federal Reserve (Fed ) nesta sexta-feira (14), trazendo à tona questionamentos sobre a política de aumento da taxa de juros pelo banco central americano.

O preço da gasolina em queda também segurou as vendas no varejo, que recuaram pelo segundo mês seguido em junho. A produção industrial subiu pouco no segundo trimestre, de acordo com dois relatórios distintos divulgados nesta sexta-feira.

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A fraca inflação somada aos salários estagnados tem deixado economistas confusos, já que os dois índices surgem num contexto de desemprego muito baixo. O Fed insiste que espera que a inflação volte a crescer, permitindo que eles subam a taxa de juros de referência gradualmente.

O banco central já elevou a taxa de juros duas vezes neste ano, e deve repetir a ação pelo menos mais uma vez, dificilmente antes de dezembro.

Contudo, "os dados atuais dão poucas garantias ao Fed" sobre o panorama de crescimento, disse a economista Diane Swonk. "A possibilidade de uma terceira alta da taxa de juros num curto intervalo continua a diminuir".

O Índice de Preços ao Consumidor, que mede os custos de bens domésticos e serviços, não mudou no mês passado, depois de cair 0,1% em maio, de acordo com o Departamento do Trabalho.

O IPC acumulado de 12 meses, uma medida menos volátil, recuou 0,3% em relação a maio, a 1,6%. Isso significa que os preços baixaram mais de um ponto percentual inteiro desde fevereiro, bem longe da meta de 2% do Fed.

Contudo, o IPC sem alimentação e energia, categorias muito instáveis, subiu 0,1% em junho, a terceira alta seguida. O núcleo de inflação anual era de 1,7%, o mesmo que em maio, mas 0,6% menor que janeiro.

O ritmo da inflação até aqui em 2017 é menos da metade do registrado nesse mesmo momento do ano passado.

Janet Yellen, presidente do Fed, atribui a inflação fraca a fatores "transitórios", mas confirmou que o banco central está acompanhando os dados de perto.

Chris Low, do FTN financial, disse que a fraca inflação "transitória" já está demorando demais para ir embora.

Já Joel Naroff, da Naroff Economic Advisors, afirmou aos clientes que o cenário econômico não é o que o Fed esperava. "Com a baixa inflação, consumo franco e crescimento industrial medíocre, é difícil dizer que os instintos da economia estão a pleno vapor", escreveu.

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