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Inflação alta no atacado veio para durar

Mas a partir de abril, pressão dos preços industriais será maior que dos agrícolas, diz Bradesco

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.

O Índice de Preços no Atacado (IPA), um dos componentes dos Índices Gerais de Preços, mais que dobrou o resultado de março, atingindo 1,43% em abril (pelo IGP-10). Além da força inflacionária que o número revela, a equipe de economistas do banco Bradesco chama atenção para uma novidade quanto ao motor desse processo. Desta vez, ao invés de limitar-se ao comportamento dos preços agrícolas, há uma forte aceleração do IPA industrial, de 0,03% em março para 0,82% em abril.

Esse salto já reflete o impacto da alta mais acentuada dopetróleonos 30 dias encerrados em 10 de abril (o período de coleta do IGP-10). Embora não tenha afetado os preços de gasolina, porque a Petrobras mantém a política de represar os reajustes de preços ao consumidor, a escalada das cotações bateu em cheio no óleo combustível e no querosene para motores, as altas mais importantes dentro da cadeia química. "Para as próximas divulgações", diz a análise do Bradesco, "esperamos pressões mais intensas nos derivados de nafta, devido ao reajuste anunciado pela Petrobras para este insumo".

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Os produtos industrializados no atacado devem acelerar, dizem os analistas, mantendo as variações de IPA elevadas. Mas, quanto aos repasses do atacado para o varejo, a velocidade e intensidade é menor no caso dos preços industriais, como aço. Assim, a deterioração das projeções para o IPCA em 2005 -- um dos elementos que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) está considerando desde ontem --, vem da rápida incorporação de choques na cadeia de alimentos, como o decorrente da estiagem na região sul do país. Ou seja, as projeções, a cada semana piores, ainda não incorporam as pressões na indústria.

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