Indicador econômico da América Latina recua 5% no trimestre
Indicador de Clima Econômico mostrou um recuo de 5% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao trimestre anterior.
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2015 às 15h53.
Rio de Janeiro - O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina , elaborado em parceria pelo instituto alemão Ifo e a Fundação Getulio Vargas, foi divulgado hoje (12), no Rio de Janeiro.
O índice mostrou um recuo de 5% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao trimestre anterior. O ICE/AL caiu de 74 pontos para 70 pontos.
No mundo, o indicador também apresentou redução no trimestre de 7%, ficando abaixo da média pela primeira vez, desde outubro de 2012.
A pesquisadora da Área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Lia Valls, afirmou que, apesar de ter recuado menos, o ICE/AL está pior do que o indicador mundial, que ficou em 99 pontos, próximo do limite de 100 pontos, considerado favorável.
“O mundo recuou mais,mas na comparação entre os dois indicadores, o do mundo é melhor do que o da América Latina”.
A piora é puxada pelo índice de expectativas (IEX), que caiu de 90 para 82 pontos, “o que não é um bom sinal”, disse. “Não é um cenário bom em relação à situação de hoje”.
Em todo o mundo, bem como na América Latina, aparece um problema relevante, que é a falta de confiança na política do governo .
“Também não é um resultado bom, porque evidencia que as pessoas têm expectativas não positivas, quer dizer, não esperam que o cenário melhore nos próximos meses”.
"Na maioria dos países mais avançados, a sondagem detectou problemas de falta de demanda, que indicam que o crescimento deve ser lento", acrescentou.
No caso do Brasil, além da falta de confiança na política do governo, aumentaram os problemas considerados restritivos e relevantes para o crescimento do país, entre os quais inflação , desemprego, déficit público.
O ICE Brasil atingiu o menor nível da série iniciada em janeiro de 1989, passando de 48 pontos, em julho deste ano, para 44 pontos em outubro.
A pesquisadora chamou a atenção para o índice da situação atual do Brasil (ISA), que “já está o pior possível”, mantendo-se em 20 pontos, que é o limite, número também registrado pela Venezuela.
“Mais baixo não pode ser”. Já o índice de expectativas (IEX Brasil) caiu de 76 para 68 pontos no trimestre findo em outubro.
Esse resultado sinaliza que o cenário pode piorar ainda mais, destacou a economista do Ibre.
Em relação ao grupo de países denominado Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Lia disse que, com exceção da Índia, todos os demais estão na zona desfavorável.
Entre os Brics, o Brasil apresenta o pior ICE, superando, inclusive, a África do Sul (56 pontos). O Brasil ocupa, ainda, a penúltima posição no 'ranking' de 11 países da América Latina nos últimos quatro trimestres.
Na Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV, Lia destacou a deterioração cada vez maior das perspectivas, no caso brasileiro. Segundo ela, isso reforça a percepção atual de piora generalizada no clima econômico na América Latina.
“Não tem nenhum país que esteja na zona favorável”. Alguns estão em melhor situação, como Paraguai, Bolívia, Chile e Colômbia, que têm índices mais altos.
“Mas em todo mundo, piorou o índice. "Só não piorou na Argentina, que mesmo assim, continua na zona desfavorável, e no Chile, “que deu uma melhorada”.
Olhando a sondagem para trás, a economista afirmou que há muito tempo não se tem um quadro tão desfavorável, de forma generalizada, para os países da região.
De acordo com informação da assessoria de imprensa do Ibre-FGV, a Sondagem Econômica da América Latina serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países.
Para o ICE de outubro de 2015, foram consultados 1.040 especialistas econômicos em 113 países, dos quais 129 da América Latina.
Rio de Janeiro - O Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina , elaborado em parceria pelo instituto alemão Ifo e a Fundação Getulio Vargas, foi divulgado hoje (12), no Rio de Janeiro.
O índice mostrou um recuo de 5% no trimestre encerrado em outubro, em relação ao trimestre anterior. O ICE/AL caiu de 74 pontos para 70 pontos.
No mundo, o indicador também apresentou redução no trimestre de 7%, ficando abaixo da média pela primeira vez, desde outubro de 2012.
A pesquisadora da Área de Economia Aplicada do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Lia Valls, afirmou que, apesar de ter recuado menos, o ICE/AL está pior do que o indicador mundial, que ficou em 99 pontos, próximo do limite de 100 pontos, considerado favorável.
“O mundo recuou mais,mas na comparação entre os dois indicadores, o do mundo é melhor do que o da América Latina”.
A piora é puxada pelo índice de expectativas (IEX), que caiu de 90 para 82 pontos, “o que não é um bom sinal”, disse. “Não é um cenário bom em relação à situação de hoje”.
Em todo o mundo, bem como na América Latina, aparece um problema relevante, que é a falta de confiança na política do governo .
“Também não é um resultado bom, porque evidencia que as pessoas têm expectativas não positivas, quer dizer, não esperam que o cenário melhore nos próximos meses”.
"Na maioria dos países mais avançados, a sondagem detectou problemas de falta de demanda, que indicam que o crescimento deve ser lento", acrescentou.
No caso do Brasil, além da falta de confiança na política do governo, aumentaram os problemas considerados restritivos e relevantes para o crescimento do país, entre os quais inflação , desemprego, déficit público.
O ICE Brasil atingiu o menor nível da série iniciada em janeiro de 1989, passando de 48 pontos, em julho deste ano, para 44 pontos em outubro.
A pesquisadora chamou a atenção para o índice da situação atual do Brasil (ISA), que “já está o pior possível”, mantendo-se em 20 pontos, que é o limite, número também registrado pela Venezuela.
“Mais baixo não pode ser”. Já o índice de expectativas (IEX Brasil) caiu de 76 para 68 pontos no trimestre findo em outubro.
Esse resultado sinaliza que o cenário pode piorar ainda mais, destacou a economista do Ibre.
Em relação ao grupo de países denominado Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), Lia disse que, com exceção da Índia, todos os demais estão na zona desfavorável.
Entre os Brics, o Brasil apresenta o pior ICE, superando, inclusive, a África do Sul (56 pontos). O Brasil ocupa, ainda, a penúltima posição no 'ranking' de 11 países da América Latina nos últimos quatro trimestres.
Na Sondagem Econômica da América Latina Ifo/FGV, Lia destacou a deterioração cada vez maior das perspectivas, no caso brasileiro. Segundo ela, isso reforça a percepção atual de piora generalizada no clima econômico na América Latina.
“Não tem nenhum país que esteja na zona favorável”. Alguns estão em melhor situação, como Paraguai, Bolívia, Chile e Colômbia, que têm índices mais altos.
“Mas em todo mundo, piorou o índice. "Só não piorou na Argentina, que mesmo assim, continua na zona desfavorável, e no Chile, “que deu uma melhorada”.
Olhando a sondagem para trás, a economista afirmou que há muito tempo não se tem um quadro tão desfavorável, de forma generalizada, para os países da região.
De acordo com informação da assessoria de imprensa do Ibre-FGV, a Sondagem Econômica da América Latina serve ao monitoramento e antecipação de tendências econômicas, com base em informações prestadas trimestralmente por especialistas nas economias de seus respectivos países.
Para o ICE de outubro de 2015, foram consultados 1.040 especialistas econômicos em 113 países, dos quais 129 da América Latina.