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Inda estima queda entre 5,5% e 6% na venda de aço no ano

As expectativas vêm mudando desde o final do primeiro semestre do ano, quando os sinais de desaquecimento da indústria começaram a ficar mais evidentes

Aço: de janeiro a outubro, vendas da cadeia de distribuição caíram 3,5% (Paulo Fridman/Bloomberg News)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2014 às 16h44.

São Paulo - As vendas da rede de distribuição de aço deverão encerrar 2014 com queda entre 5,5% e 6%, disse nesta terça-feira, 18, o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro.

A estimativa anterior apontava para uma queda de 3% na comparação anual.

As expectativas vêm mudando desde o final do primeiro semestre do ano, quando os sinais de desaquecimento da indústria começaram a ficar mais evidentes.

De janeiro a outubro, as vendas da cadeia de distribuição caíram 3,5%, para 3,7 milhões de toneladas. Em outubro, as vendas somaram 440,5 mil toneladas, queda de 15,8% na relação anual.

Como para novembro o Inda estima que as vendas caiam cerca de 10% em relação a outubro, até o fim do ano as vendas deverão apresentar recuo ainda maior, lembra o executivo.

Se confirmada a queda prevista, de janeiro a novembro a retração das vendas chegará em 4,5%.

Em dezembro, lembra o presidente do Inda, as vendas são sazonalmente menores e, neste ano, o recuo deverá ser ainda maior, com as férias coletivas atingindo a indústria com mais força neste ano, diante da fraqueza da economia.

O Inda iniciou o ano estimando que as vendas subiriam 4%.

Como reflexo do mercado mais fraco, os estoques do setor vêm crescendo e estão acima do nível considerado ideal. Em outubro, o giro dos estoques ficou em 2,8 meses.

Minério de ferro

De acordo com Loureiro, o preço do minério de ferro caindo pela metade no acumulado deste ano poderá abrir espaço para que as siderúrgicas chinesas reduzam ainda mais seus preços.

Esse recuo poderia chegar a 5%, disse. Além da queda do minério, o carvão metalúrgico também segue em patamares historicamente baixos de preços.

Loureiro destacou que, apesar de haver espaço para essa queda, hoje existe pouca motivação para que as usinas chinesas diminuam seus preços, já que os preços atuais já garantem para a China o menor preço do aço negociado em todo o mundo.

O executivo lembra, por outro lado, que por conta da agressividade da China na exportação de aço para outros países, muitas ações antidumping estão em curso ao redor do mundo.

Caso o preço do aço no mercado internacional não caia mais do que 4,5% e se a taxa de câmbio chegar em R$ 2,75, poderá haver espaço para uma alta de preços no mercado interno.

Por outro lado, o executivo destaca que, diante de um mercado fraco no Brasil, um aumento de preços significará um desafio adicional para as siderúrgicas.

Montadoras

O presidente do Inda lembrou que a indústria automobilística é destino de 35% das vendas das siderúrgicas no Brasil e que a queda de produção verificada neste ano pela indústria siderúrgica se explica, em grande parte, pela fraqueza do setor automotivo.

Além das montadoras, o setor de máquinas e equipamentos também contribuiu negativamente.

Para o quarto trimestre do ano, o Inda prevê que a queda de vendas da cadeia de distribuição fique entre 14% e 15% na relação anual.

2015

Segundo Loureiro, as vendas da cadeia de distribuição de aço podem crescer 1,5% no próximo ano.

Ele lembra que essa projeção é ainda preliminar e que um número mais apurado deverá ser divulgado em dezembro.

O executivo disse que o primeiro semestre de 2015 ainda deverá ser difícil para a cadeia, ainda mais na comparação com o mesmo período de 2014, que teve número mais fortes.

Assim, a expectativa é de queda na comparação anual. No segundo semestre, por outro lado, deverá haver algum crescimento, destaca ele.

"O ano de 2015 precisa ser muito ruim para não ter algum crescimento, 2014 foi muito ruim", disse.

O presidente da entidade destacou que a cadeia do aço vem trabalhando com estoques muito reduzidos e que qualquer sinal de melhora deve provocar um movimento de reposição de estoques.

"A cadeia vem trabalhando 'da mão para a boca', qualquer reação pode ter um efeito multiplicador", destacou.

No entanto, Loureiro lembrou que esse crescimento ainda dependerá de como será o ano para o setor automotivo, que responde por 35% do consumo de aço no Brasil.

O retorno ou não do IPI, disse, deverá ser considerado nas projeções.

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São Paulo - As vendas da rede de distribuição de aço deverão encerrar 2014 com queda entre 5,5% e 6%, disse nesta terça-feira, 18, o presidente do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda), Carlos Loureiro.

A estimativa anterior apontava para uma queda de 3% na comparação anual.

As expectativas vêm mudando desde o final do primeiro semestre do ano, quando os sinais de desaquecimento da indústria começaram a ficar mais evidentes.

De janeiro a outubro, as vendas da cadeia de distribuição caíram 3,5%, para 3,7 milhões de toneladas. Em outubro, as vendas somaram 440,5 mil toneladas, queda de 15,8% na relação anual.

Como para novembro o Inda estima que as vendas caiam cerca de 10% em relação a outubro, até o fim do ano as vendas deverão apresentar recuo ainda maior, lembra o executivo.

Se confirmada a queda prevista, de janeiro a novembro a retração das vendas chegará em 4,5%.

Em dezembro, lembra o presidente do Inda, as vendas são sazonalmente menores e, neste ano, o recuo deverá ser ainda maior, com as férias coletivas atingindo a indústria com mais força neste ano, diante da fraqueza da economia.

O Inda iniciou o ano estimando que as vendas subiriam 4%.

Como reflexo do mercado mais fraco, os estoques do setor vêm crescendo e estão acima do nível considerado ideal. Em outubro, o giro dos estoques ficou em 2,8 meses.

Minério de ferro

De acordo com Loureiro, o preço do minério de ferro caindo pela metade no acumulado deste ano poderá abrir espaço para que as siderúrgicas chinesas reduzam ainda mais seus preços.

Esse recuo poderia chegar a 5%, disse. Além da queda do minério, o carvão metalúrgico também segue em patamares historicamente baixos de preços.

Loureiro destacou que, apesar de haver espaço para essa queda, hoje existe pouca motivação para que as usinas chinesas diminuam seus preços, já que os preços atuais já garantem para a China o menor preço do aço negociado em todo o mundo.

O executivo lembra, por outro lado, que por conta da agressividade da China na exportação de aço para outros países, muitas ações antidumping estão em curso ao redor do mundo.

Caso o preço do aço no mercado internacional não caia mais do que 4,5% e se a taxa de câmbio chegar em R$ 2,75, poderá haver espaço para uma alta de preços no mercado interno.

Por outro lado, o executivo destaca que, diante de um mercado fraco no Brasil, um aumento de preços significará um desafio adicional para as siderúrgicas.

Montadoras

O presidente do Inda lembrou que a indústria automobilística é destino de 35% das vendas das siderúrgicas no Brasil e que a queda de produção verificada neste ano pela indústria siderúrgica se explica, em grande parte, pela fraqueza do setor automotivo.

Além das montadoras, o setor de máquinas e equipamentos também contribuiu negativamente.

Para o quarto trimestre do ano, o Inda prevê que a queda de vendas da cadeia de distribuição fique entre 14% e 15% na relação anual.

2015

Segundo Loureiro, as vendas da cadeia de distribuição de aço podem crescer 1,5% no próximo ano.

Ele lembra que essa projeção é ainda preliminar e que um número mais apurado deverá ser divulgado em dezembro.

O executivo disse que o primeiro semestre de 2015 ainda deverá ser difícil para a cadeia, ainda mais na comparação com o mesmo período de 2014, que teve número mais fortes.

Assim, a expectativa é de queda na comparação anual. No segundo semestre, por outro lado, deverá haver algum crescimento, destaca ele.

"O ano de 2015 precisa ser muito ruim para não ter algum crescimento, 2014 foi muito ruim", disse.

O presidente da entidade destacou que a cadeia do aço vem trabalhando com estoques muito reduzidos e que qualquer sinal de melhora deve provocar um movimento de reposição de estoques.

"A cadeia vem trabalhando 'da mão para a boca', qualquer reação pode ter um efeito multiplicador", destacou.

No entanto, Loureiro lembrou que esse crescimento ainda dependerá de como será o ano para o setor automotivo, que responde por 35% do consumo de aço no Brasil.

O retorno ou não do IPI, disse, deverá ser considerado nas projeções.

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