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Incertezas dificultam queda mais rápida dos juros, diz Ilan

Presidente do Banco Central também afirmou que a incerteza se mantendo por "tempo prolongado" pode ter impacto negativo sobre a atividade econômica

Ilan Goldfajn: "de forma geral, as projeções condicionais do Copom hoje envolvem maior grau de incerteza" (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 19 de junho de 2017 às 10h27.

Última atualização em 19 de junho de 2017 às 10h58.

São Paulo - O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn , reafirmou nesta segunda-feira que o recente aumento da incerteza por conta do futuro das reformas e de ajustes necessários na economia "dificulta a queda mais célere das estimativas da taxa de juros estrutural e as torna mais incertas", mas ponderou que consequências desse cenário para o avanço de preços na economia podem se anular.

Durante evento em São Paulo, segundo apresentação publicada no site do BC, Ilan disse ainda que a incerteza se mantendo por "tempo prolongado" pode ter impacto negativo sobre a atividade econômica e que "de forma geral, as projeções condicionais do Copom hoje envolvem maior grau de incerteza".

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"O cenário básico prescreve a continuidade do ciclo de distensão da política monetária, já considerando os atuais riscos em torno do cenário e as estimativas de extensão do ciclo", reafirmou ele.

O BC reduziu no final do mês passado a Selic em 1 ponto percentual, a 10,25 por cento ao ano, mas deixou claro que vai desacelerar o passo em meio à intensa crise política que envolve o governo do presidente Michel Temer.

Ilan repetiu que, de um lado, a manutenção por tempo prolongado de níveis de incerteza elevados sobre a evolução do processo de reformas e ajustes na economia podem ter impacto negativo sobre a atividade econômica e, portanto, desinflacionário.

De outro, ressaltou que o impacto da incerteza sobre a formação de preços e sobre as estimativas da taxa de juros estrutural pode ter impacto oposto. E adicionou mensagem nova sobre a manutenção de um panorama equivalente ao que vigorava antes da crise política.

"Existe também a possibilidade que os efeitos acima se anulem e a trajetória prospectiva seja equivalente a trajetória vigente anteriormente", disse.

De acordo com Ilan, o cenário prescreve a continuidade do ciclo de afrouxamento da Selic e repetiu que redução moderada do ritmo de flexibilização deve se mostrar adequado em sua próxima reunião, em julho.

"Naturalmente, o ritmo de flexibilização continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação", afirmou.

Antes do discurso, o site do BC publicou uma entrevista interna feita com Ilan, na qual ele afirmou que "o caminho da desinflação e da redução de juros está dado". Ele repetiu tambéma importância do endereçamento das questões fiscais e de produtividade, com aprovação das reformas trabalhista e da previdência.

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