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Impulsionado por consumo, PIB cresce acima do esperado no 2º tri

Produto Interno Bruto do país cresceu 0,2 por cento entre abril e junho passados sobre os três meses anteriores

PIB: entre abril e junho passado, o consumo das famílias foi o grande destaque, com expansão de 1,4 por cento sobre o primeiro trimestre (./Exame)
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Reuters

Publicado em 1 de setembro de 2017 às 10h06.

Última atualização em 1 de setembro de 2017 às 10h36.

São Paulo / Rio de Janeiro - O Brasil cresceu mais do que o esperado no segundo trimestre diante da recuperação do consumo das famílias em meio ao cenário de inflação e juros em queda, mas os investimentos produtivos continuaram caindo, evidenciando que a recuperação da atividade será gradual.

O Produto Interno Bruto ( PIB ) do país cresceu 0,2 por cento entre abril e junho passados sobre os três meses anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira.

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A boa surpresa também veio na comparação com o segundo trimestre de 2016, com o PIB crescendo 0,3 por cento, o primeiro resultado anual positivo desde o primeiro trimestre de 2014 (+3,5 por cento).

Pesquisa da Reuters apontava que a economia cresceria 0,1 por cento entre abril e junho na comparação com o trimestre anterior e ficaria estagnada sobre o segundo trimestre de 2016.

"Acho que não dá para chamar de recuperação do PIB, mas claramente estamos num ciclo ascendente da economia", afirmou a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

No primeiro trimestre deste ano, o Brasil havia crescido 1 por cento sobre o período imediatamente anterior, interrompendo dois anos seguidos de recessão devido à forte expansão do setor agropecuário, mas com os investimentos produtivos ainda em queda.

Entre abril e junho passado, o consumo das famílias mostrou expansão de 1,4 por cento sobre o trimestre anterior, primeiro crescimento após nove trimestres e movimento que pode sugerir que a recuperação econômica continua nos trilhos. Sobre o mesmo período de 2016, o consumo cresceu 0,7 por cento, ainda segundo o IBGE.

Inflação em queda livre, juros básicos cada vez menores, maior massa salarial e liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) explicam essa recuperação, movimento que ainda deve continuar nos próximos meses. O Banco Central, desde outubro passado, já reduziu a Selic em 5 pontos percentuais, a 9,25 por cento, e já há expectativas de que a taxa vá abaixo de 6 por cento.

Beneficiado por esse consumo mais forte, o setor de serviços também foi destaque positivo, com expansão de 0,6 por cento na comparação com o trimestre imediatamente anterior, mas na variação anual, mostrou queda de 0,3 por cento.

"Quem mais puxou o setor de serviços foi o comércio graças ao melhor consumo das famílias, com queda na inflação e algum avanço na renda", acrescentou Rebeca. Só o comércio mostrou expansão de 1,9 por cento na margem.

O IBGE informou ainda que, no trimestre passado, o consumo do governo recuou 0,9 por cento, em meio à crise fiscal.

Sem mais produção

O investimento continuou em contração no trimestre passado, sinal de que o crescimento deve ser gradual daqui para frente diante do forte endividamento e excesso de capacidade das empresas.

Segundo o IBGE, a Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) recuou 0,7 por cento na comparação com janeiro a março e despencou 6,5 por cento sobre um ano antes. O segmento da construção civil foi o mais afetado, com contração de 2 por cento sobre o primeiro trimestre.

Com isso, a taxa de investimento no trimestre passado ficou em 15,5 por cento do PIB, abaixo do observado no mesmo período do ano anterior (16,7 por cento), segundo o IBGE.

"O cenário de incerteza e desconfiança na economia também explica a queda na FBCF. Tem ainda o efeito negativo do investimento público que está contingenciado por conta da crise fiscal", afirmou a coordenadora do IBGE.

A indústria continuou sofrendo, com queda de 0,5 por cento na margem, enquanto a agropecuária ficou estagnada após crescer fortemente no primeiro trimestre.

"Houve certa frustração com o ritmo de melhora dos investimentos, o impulso mais significativo deve ocorrer apenas em meados de 2018", afirmou o economista do banco Santander, Rodolfo Margato, para quem o PIB crescerá 0,5 por cento neste ano e 2,5 por cento em 2018.

"A nosso ver é justamente o desempenho dos investimentos em 2018 que vai dizer se a gente vai crescer 1,5 ou 3 por cento no ano que vem", acrescentou.

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