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Impeachment não está sendo avaliado pela agência Moody's

"Se houver um processo formal de impeachment, pode mudar a dinâmica (de avaliação da economia brasileira)", disse o analista sênior da agência

Moody's: "Se houver um processo formal de impeachment, pode mudar a dinâmica (de avaliação da economia brasileira)", disse o analista sênior da agência (Scott Eells/Bloomberg/Bloomberg)
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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2015 às 15h12.

Nova York - O analista sênior de rating soberano da agência de classificação de risco Moody's, Mauro Leos, disse nesta terça-feira,22, que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não está no cenário-base da agência.

"Se houver um processo formal de impeachment, pode mudar a dinâmica (de avaliação da economia brasileira)", disse durante apresentação em seminário sobre o Brasil, destacando que não seria um evento positivo para o país, porque introduz um elemento de incerteza no que aconteceria no pós-impedimento de Dilma.

Leos contou que esteve em São Paulo recentemente e várias pessoas o abordaram para destacar que o impedimento de Dilma seria positivo para o Brasil, ponto que o analista discordou. Após o impeachment, se criaria um cenário de incertezas, disse ele.

O analista da Moody's afirmou que um dos principais pontos hoje para se avaliar o Brasil é a habilidade do governo de alcançar um consenso mínimo no Congresso. E isso parece não estar acontecendo este ano, completou.

No caso do orçamento para 2016, Leos frisou que até agora não se viu a capacidade de se chegar a um acordo, o que tem pesado negativamente na confiança dos agentes, com índices em níveis historicamente baixos.

CPMF

Leos considera ainda que será difícil a presidente Dilma conseguir avançar no ajuste fiscal sem a aprovação da CPMF no Congresso. A avaliação dele é que há muita incerteza sobre se a medida será ou não aprovada e as chances são de 50% de passar e 50% de não passar.

"É difícil ver o orçamento sem a CPMF, porque é muito difícil no curto prazo ajustar o gasto (do governo). Não é a solução mais eficiente, mas é a possível e a única, dada a situação como está", disse.

"Não há evidências de que o governo está conseguindo chegar perto de um acordo para o pacote fiscal. Outras alternativas (ao pacote) seriam assustadoras." Leos frisou que a oposição está jogando forte, o que ajuda a elevar a incerteza.

Para se avançar em uma agenda positiva de longo prazo, Leos frisou que é preciso que o Brasil avance no curto prazo no ajuste fiscal. Sem isso, não se criam as bases para um crescimento mais sustentável à frente e o desenvolvimento de projetos de infraestrutura.

O governo, por exemplo, precisa evitar um déficit primário em 2016, pois seria o terceiro ano seguido de indicador negativo.

Questionado sobre a Petrobras, o analistas da Moody's frisou que há alguns bancos médios em risco, mas ele não vê chances de os problemas na empresa originarem problemas para o setor financeiro a ponto de se criar um "risco sistêmico".

Para ele, a Petrobras tem tido mais impacto na atividade econômica e prejudicando também seus fornecedores.

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Nova York - O analista sênior de rating soberano da agência de classificação de risco Moody's, Mauro Leos, disse nesta terça-feira,22, que o impeachment da presidente Dilma Rousseff não está no cenário-base da agência.

"Se houver um processo formal de impeachment, pode mudar a dinâmica (de avaliação da economia brasileira)", disse durante apresentação em seminário sobre o Brasil, destacando que não seria um evento positivo para o país, porque introduz um elemento de incerteza no que aconteceria no pós-impedimento de Dilma.

Leos contou que esteve em São Paulo recentemente e várias pessoas o abordaram para destacar que o impedimento de Dilma seria positivo para o Brasil, ponto que o analista discordou. Após o impeachment, se criaria um cenário de incertezas, disse ele.

O analista da Moody's afirmou que um dos principais pontos hoje para se avaliar o Brasil é a habilidade do governo de alcançar um consenso mínimo no Congresso. E isso parece não estar acontecendo este ano, completou.

No caso do orçamento para 2016, Leos frisou que até agora não se viu a capacidade de se chegar a um acordo, o que tem pesado negativamente na confiança dos agentes, com índices em níveis historicamente baixos.

CPMF

Leos considera ainda que será difícil a presidente Dilma conseguir avançar no ajuste fiscal sem a aprovação da CPMF no Congresso. A avaliação dele é que há muita incerteza sobre se a medida será ou não aprovada e as chances são de 50% de passar e 50% de não passar.

"É difícil ver o orçamento sem a CPMF, porque é muito difícil no curto prazo ajustar o gasto (do governo). Não é a solução mais eficiente, mas é a possível e a única, dada a situação como está", disse.

"Não há evidências de que o governo está conseguindo chegar perto de um acordo para o pacote fiscal. Outras alternativas (ao pacote) seriam assustadoras." Leos frisou que a oposição está jogando forte, o que ajuda a elevar a incerteza.

Para se avançar em uma agenda positiva de longo prazo, Leos frisou que é preciso que o Brasil avance no curto prazo no ajuste fiscal. Sem isso, não se criam as bases para um crescimento mais sustentável à frente e o desenvolvimento de projetos de infraestrutura.

O governo, por exemplo, precisa evitar um déficit primário em 2016, pois seria o terceiro ano seguido de indicador negativo.

Questionado sobre a Petrobras, o analistas da Moody's frisou que há alguns bancos médios em risco, mas ele não vê chances de os problemas na empresa originarem problemas para o setor financeiro a ponto de se criar um "risco sistêmico".

Para ele, a Petrobras tem tido mais impacto na atividade econômica e prejudicando também seus fornecedores.

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