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Imigrantes gastam maior parte da renda nos EUA

Os imigrantes latinos que trabalham nos Estados Unidos gastam 93% de sua renda em solo norte-americano. Somente os 7% restantes são remetidos para seus países de origem. A conclusão é de pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), noticiada pelo The Wall Street Journal. O estudo contraria a noção de que os imigrantes reduzem seu […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h10.

Os imigrantes latinos que trabalham nos Estados Unidos gastam 93% de sua renda em solo norte-americano. Somente os 7% restantes são remetidos para seus países de origem. A conclusão é de pesquisa do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), noticiada pelo The Wall Street Journal. O estudo contraria a noção de que os imigrantes reduzem seu consumo para enviar o máximo de dinheiro para o exterior.

Segundo o BID, os 16,7 milhões de trabalhadores latinos obtiveram renda bruta de 450 bilhões de dólares no ano passado, e a maior parte foi gasta localmente. Cerca de dois terços dos imigrantes remetem dinheiro regularmente para seu país natal, mas a maioria só começa a despachar os dólares quando estão bem instalados nos EUA. Para o coordenador da pesquisa, Donald Terry, isto indica a incorporação de um novo mercado de trabalho nos EUA. Indica, também, que os latinos começaram a se beneficiar da explosão imigratória ocorrida na década passada.

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A constatação também coloca desafios para o sistema bancário dos EUA. O BID apontou que cerca de 50% dos imigrantes que enviam dinheiro para o exterior não possuem vínculos com os bancos. Além disso, aproximadamente um quinto dos descendentes de latinos nascidos no país não contam talão de cheques ou caderneta de poupança. Segundo o BID, os números demonstram que a população latina já é um alvo bastante maduro para os bancos.

A pesquisa também traz implicações políticas, diz seu coordenador, Donald Terry. Não se sabe, por exemplo, se os imigrantes têm o mesmo acesso a escolas e hospitais, que os norte-americanos, embora paguem os impostos que sustentam esses serviços. Terry afirma que mesmo os ilegais são contribuintes, porque seu consumo gera recolhimento de tributos sobre as vendas, entre outros.

Califórnia, Nova York, Texas, Flórida, Illinois e Nova Jersey são os seis estados que lideram as remessas, com valores acima de um bilhão de dólares por ano em cada um. A Georgia, que somou 947 milhões em 2003, é um exemplo de como os novos imigrantes estão buscando pequenas comunidades agrícolas, onde seu consumo tem forte impacto para a economia local. Além de estimular as plantações locais, a oferta de mão-de-obra jovem está alimentando o crescimento da construção civil, hotelaria e outros serviços.

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