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IIF: América Latina deve elevar produtividade

Segundo o instituto, a região tem de se proteger da desaceleração chinesa

A expectativa do IIF é de avanço de 3,4% do PIB brasileiro em 2012 - enquanto a meta do governo é de 4,5 (Norberto Duarte/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de março de 2012 às 11h38.

Rio de Janeiro - A América Latina precisa elevar sua produtividade interna - priorizando a flexibilização do mercado de trabalho e as reformas em infraestrutura e educação - para se proteger de uma possível desaceleração chinesa, informou o Instituto Internacional de Finanças (IIF) nesta quinta-feira.

"Apesar do aumento do comércio entre América Latina e China ter ajudado a região a obter estabilidade ao diversificar seus parceiros comerciais (...), o aumento da dependência na exportação de commodities faz com que os países tenham que reforçar suas defesas contra eventuais perdas comerciais agudas e prolongadas", diz o relatório.

Na terça-feira, a China reduziu a previsão de crescimento para sua economia este ano de 8% para 7,5%, o que assustou os mercados mundiais.

O instituto afirma que os países da região precisam garantir a competitividade do setor produtivo, sempre tendo em vista a redução dos déficits fiscais. Especialistas de mercado têm previsto um aumento da enxurrada de dólares para alguns países da região, em especial ao Brasil, devido à crise que assola a Europa, o que fortaleceria as moedas locais e prejudicaria as exportações, que têm obtido cada vez mais participação nessas economias.

"Os altos preços das commodities explicam o crescimento das exportações (da região) nos últimos cinco anos e, em alguns casos, mascararam políticas econômicas fracas", afirma o relatório. "A região melhorou seus fundamentos, mas as moedas locais têm se apreciado, o que está prejudicando o setor industrial".

Em relação ao Brasil, o lobby bancário opina que a política monetária tem o desafio de impulsionar o crescimento, manter a inflação na meta e garantir competitividade. E alerta para "dinâmicas inflacionárias" e "futuros controles de entrada de capitais e barreiras comerciais".

A expectativa do IIF é de avanço de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2012 - enquanto a meta do governo é de 4,5% - e de 5,2% em 2013. Para a América Latina, a projeção é de crescimento de 3,7% em 2012, frente aos 4% no ano passado, e uma aceleração para 4,5% em 2013.

O instituto lembra que, apesar de a América Latina não ter ficado imune à crise europeia, a região provou estar cada vez mais resistente a choques externos.

"A crise da dívida europeia desacelerou as economias latino-americanas, enfraqueceu as exportações e reduziu a confiança. Mas o crescimento está retomando, suportado pelo afrouxamento monetário e por condições globais mais estáveis", indica o relatório, segundo o qual a Europa representa apenas 16% das exportações latino-americanas.

Para o instituto, a redução da liquidez entre os bancos europeus teve impacto limitado nos países latino-americanos, que contam com sistemas bancários locais sólidos. "As reservas internacionais em moeda estrangeira também serviram de funding em momentos de menos liquidez externa", completa.

Na opinião do lobby bancário, há espaço moderado para redução das taxas de juros, dependendo das dinâmicas inflacionárias de cada país. A expectativa do instituto é que o Banco Central do Brasil reduza a Selic abaixo dos 9% ao ano caso a desaceleração econômica global se aprofunde.

"Alguns países já cortaram suas taxas de juros com o objetivo de impulsionar o crescimento (Brasil e Chile), enquanto em outros a política monetária mantém-se estável (México e Peru) ou foi apertada por conta das expectativas inflacionárias (Colômbia e Uruguai)", diz o relatório.

"O afrouxamento monetário foi dificultado pela alta dos preços das commodities e inércia inflacionária. Enquanto os preços aos consumidores mantêm-se acima da meta em vários países, esperamos que haja um declínio em 2012 por conta da moderação do crescimento".

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Rio de Janeiro - A América Latina precisa elevar sua produtividade interna - priorizando a flexibilização do mercado de trabalho e as reformas em infraestrutura e educação - para se proteger de uma possível desaceleração chinesa, informou o Instituto Internacional de Finanças (IIF) nesta quinta-feira.

"Apesar do aumento do comércio entre América Latina e China ter ajudado a região a obter estabilidade ao diversificar seus parceiros comerciais (...), o aumento da dependência na exportação de commodities faz com que os países tenham que reforçar suas defesas contra eventuais perdas comerciais agudas e prolongadas", diz o relatório.

Na terça-feira, a China reduziu a previsão de crescimento para sua economia este ano de 8% para 7,5%, o que assustou os mercados mundiais.

O instituto afirma que os países da região precisam garantir a competitividade do setor produtivo, sempre tendo em vista a redução dos déficits fiscais. Especialistas de mercado têm previsto um aumento da enxurrada de dólares para alguns países da região, em especial ao Brasil, devido à crise que assola a Europa, o que fortaleceria as moedas locais e prejudicaria as exportações, que têm obtido cada vez mais participação nessas economias.

"Os altos preços das commodities explicam o crescimento das exportações (da região) nos últimos cinco anos e, em alguns casos, mascararam políticas econômicas fracas", afirma o relatório. "A região melhorou seus fundamentos, mas as moedas locais têm se apreciado, o que está prejudicando o setor industrial".

Em relação ao Brasil, o lobby bancário opina que a política monetária tem o desafio de impulsionar o crescimento, manter a inflação na meta e garantir competitividade. E alerta para "dinâmicas inflacionárias" e "futuros controles de entrada de capitais e barreiras comerciais".

A expectativa do IIF é de avanço de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2012 - enquanto a meta do governo é de 4,5% - e de 5,2% em 2013. Para a América Latina, a projeção é de crescimento de 3,7% em 2012, frente aos 4% no ano passado, e uma aceleração para 4,5% em 2013.

O instituto lembra que, apesar de a América Latina não ter ficado imune à crise europeia, a região provou estar cada vez mais resistente a choques externos.

"A crise da dívida europeia desacelerou as economias latino-americanas, enfraqueceu as exportações e reduziu a confiança. Mas o crescimento está retomando, suportado pelo afrouxamento monetário e por condições globais mais estáveis", indica o relatório, segundo o qual a Europa representa apenas 16% das exportações latino-americanas.

Para o instituto, a redução da liquidez entre os bancos europeus teve impacto limitado nos países latino-americanos, que contam com sistemas bancários locais sólidos. "As reservas internacionais em moeda estrangeira também serviram de funding em momentos de menos liquidez externa", completa.

Na opinião do lobby bancário, há espaço moderado para redução das taxas de juros, dependendo das dinâmicas inflacionárias de cada país. A expectativa do instituto é que o Banco Central do Brasil reduza a Selic abaixo dos 9% ao ano caso a desaceleração econômica global se aprofunde.

"Alguns países já cortaram suas taxas de juros com o objetivo de impulsionar o crescimento (Brasil e Chile), enquanto em outros a política monetária mantém-se estável (México e Peru) ou foi apertada por conta das expectativas inflacionárias (Colômbia e Uruguai)", diz o relatório.

"O afrouxamento monetário foi dificultado pela alta dos preços das commodities e inércia inflacionária. Enquanto os preços aos consumidores mantêm-se acima da meta em vários países, esperamos que haja um declínio em 2012 por conta da moderação do crescimento".

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