IBC-Br tem alta de 0,12% em abril sobre março, diz BC
IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária, assim como os impostos sobre os produtos
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2014 às 10h12.
São Paulo - A atividade econômica brasileira iniciou com fraqueza o segundo trimestre, em um cenário de inflação alta e confiança estremecida e com a indústria e consumo sem conseguir deslanchar, confirmando as expectativas de um ano difícil.
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu apenas 0,12 por cento em abril sobre março, quando o indicador teve variação positiva de 0,05 por cento, segundo números dessazonalizados.
O número de março foi revisado de um recuo de 0,11 por cento divulgado anteriormente pelo BC. Pesquisa Reuters apontava para estagnação do índice, espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), segundo a mediana de 19 projeções.
"Crescimento bastante fraco e inflação persistente acima de 6 opor cento estão gradualmente levando a economia para um cenário de estagflação", disse em nota o diretor de pesquisa econômica do Goldman Sachs para América Latina, Alberto Ramos.
Diante do mau desempenho da indústria, dos investimentos e do consumo das famílias, a economia brasileira desacelerou no primeiro trimestre e o PIB cresceu apenas 0,2 por cento na comparação com os últimos três meses do ano passado.
O setor industrial continuou mostrando dificuldades em abril, quando a produção recuou 0,3 por cento sobre o mês anterior.
Nem o varejo, uma das únicas fontes de crescimento mais constantes da economia nos últimos anos, vem conseguindo se sustentar. As vendas em abril caíram 0,4 por cento, segundo mês de queda, mostrando que o consumidor vem sentindo o peso da inflação elevada e do crédito mais caro, resultado do aperto monetário promovido pelo BC, que levou a Selic para os atuais 11 por cento.
Na comparação com abril de 2013, o IBC-Br recuou 0,67 por cento e acumula em 12 meses alta de 2,19 por cento, ainda segundo dados dessazonalizados.
"Levando em conta a queda do indicador na comparação interanual e considerando-se outros indicadores coincidentes referentes a abril e maio, continuamos acreditando que o PIB do segundo trimestre apresentará desaceleração ante o período anterior", avaliou em nota o diretor de pesquisas e estudos econômicos do Bradesco, Octavio de Barros, usando a queda de 2,29 por cento na comparação anual segundo o dado observado. O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária, assim como os impostos sobre os produtos.