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Haddad diz que Rio pode usar dívida da Petrobras em negociação com a União

Ministro disse que medida já está acordada com o governador Cláudio Castro

Renegociação de dívidas: segundo Haddad, a medida deve ser implementada à pedido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) (Ton Molina/NurPhoto/Getty Images)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 27 de março de 2024 às 08h57.

O ministro Fernando Haddad disse nesta quarta-feira que o governo do Rio de Janeiro quer repassar a dívida que a Petrobras tem no estado para reduzir a taxa de juros cobrada na dívida do estado com a União. Ministério da Fazenda anunciou nesta terça que estados poderão usar ativos para negociar juros menores.

Em entrevista à rádio Itaitiaia na manhã desta quarta, Haddad deu um exemplo de como os estados poderão trocar ativos por juros menores nos contratos de dívidas com a União. Segundo ele, o governo do Rio de Janeiro já chegou em acordo com o federal para usar as dívidas da Petrobras no estado na negociação com a União.

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"A Petrobras tem uma dívida com o Rio, se chegarem a um termo do quanto é essa dívida, essa dívida da Petrobras com o governo do Rio pode ser transferida para o governo federal, abate-se da dívida do Rio, que deixa de pagar um juro tão elevado e cai a taxa. É um exemplo que eu estou te dando que já está acordado com o governador Cláudio Castro , ele quer repassar para a União a dívida da Petrobras com o estado do Rio de Janeiro".

Renegociação de dívidas

Segundo Haddad, a medida deve ser implementada à pedido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) , que pediu nesta terça-feira que o governo envie ao Congresso Nacional um projeto com soluções de renegociação das dívidas dos estados em até 10 dias.

"A taxa de juros pode cair pela oferta de educação profissional e também pode cair pela transferência de ativos do estado para União, caso o estado queira. Mas é um estímulo para que o estado possa reduzir mais a taxa de juros. Essa proposta foi inspirada em um documento entregue pelo presidente Pacheco ao presidente Lula", detalhou.

A decisão de transferir o ativo ou não será dos estados, segundo o ministro. A partir disso, a União irá determinar se a troca por uma taxa de juros menor será possível.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reuniu-se com um grupo de governadores do Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) para tratar do tema nesta terça, em novo desdobramento da renegociação dos governadores com o governo federal.

A pasta anunciou uma proposta de redução de juros das dívidas em troca de aumento do número de matrículas no ensino médio técnico no Brasil. A meta é triplicar o total de estudantes matriculados. A adesão ao programa, chamado de Juros por Educação, é voluntária. Quem aderir poderá pagar taxas menores entre 2025 e 2030 nos contratos de refinanciamento. Quem cumprir as metas terá redução permanente do custo do financiamento.

Déficit zero

Na entrevista desta terça, Haddad ainda foi questionado se o governo federal deve alcançar o déficit fiscal zero em 2024. Segundo o ministro, o cumprimento da meta depende do Congresso Nacional e da aprovação de projetos do governo nas Casas.

"Vai depender da aprovação das leis que encaminhamos no final do ano passado. Quem vai decidir o resultado primário é o Congresso Nacional. Hoje em dia, quem dá a última palavra sobre orçamento é o Congresso. Antigamente o Executivo tinha uma série de instrumentos na sua mão que permitia a ele conduzir a economia com quase exclusividade. Hoje não é assim, o Congresso tem muita força, o veto presidencial é derrubado com muita naturalidade, como aconteceu no final do ano passado. Então é uma corresponsabilidade pelo resultado", disse.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2024 estabelece como meta de resultado primário para o governo o equilíbrio das contas públicas, ou seja o déficit zero.

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