Há investigação sobre movimento coordenado de empresas na greve, diz Cade
Presidente Alexandre Barreto disse que órgão emitiu 14 notificações para pessoas jurídicas e uma dezena para pessoas físicas no âmbito da investigação
Estadão Conteúdo
Publicado em 29 de maio de 2018 às 15h21.
Última atualização em 29 de maio de 2018 às 15h29.
Brasília - O presidente do Cade , Alexandre Barreto, disse nesta terça-feira, 29, que o órgão emitiu, desde a última sexta-feira, 14 notificações para pessoas jurídicas e uma dezena para pessoas físicas, com o objetivo de investigar se houve conduta combinada por parte das empresas na crise dos caminhoneiros . Ele evitou falar em locaute. Não deu prazo para a conclusão das investigações, mas disse que elas andarão o mais rápido possível.
Barreto explicou que as nove medidas apresentadas pelo Cade mais cedo, na Comissão Geral da Câmara que discute o preço dos combustíveis terão impacto no médio prazo.
Ele informou, ainda, que nesta terça será criado um grupo de trabalho do Cade com a ANP para discutir questões regulatórias dos combustíveis.
Frete
O presidente do Cade deixou claro que o órgão tem sérias ressalvas à Medida Provisória (MP) editada pelo governo para estabelecer um preço mínimo para o frete. A MP fez parte do pacote anunciado para conter a greve dos caminhoneiros.
"Todo tabelamento de preços é visto com extrema reserva pelo Cade", afirmou, ao deixar a reunião de Comissão Geral da Câmara que discute o assunto. "Ele pode gerar efeitos nocivos sobre a concorrência."
Barreto disse que o Cade vai analisar a MP e apresentar subsídios para os deputados e senadores que analisarão a MP. "Ela pode trazer problemas de ordem concorrencial", afirmou.
O estabelecimento de um preço mínimo para o frete é uma das principais reivindicações dos caminhoneiros autônomos, que convivem com queda de rendimento.