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Há dúvida sobre qual é o impacto do RS no PIB, especialmente no 2º trim., afirma Campos Neto

Presidente do BC afirmou que a entidade está preocupada com o aumento de anomalias climáticas, principalmente as enchentes

A car is partially submerged in a flooded street in the Sarandi neighborhood, one of the hardest hit by the heavy rains in Porto Alegre, Rio Grande do Sul state, Brazil, on May 27, 2024. Cities and rural areas alike in Rio Grande do Sul have been hit for weeks by an unprecedented climate disaster of torrential rains and deadly flooding. More than half a million people have fled their homes, and authorities have been unable to fully assess the extent of the damage. (Photo by Anselmo Cunha / AFP) (Anselmo Cunha/AFP)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 7 de junho de 2024 às 15h26.

Última atualização em 7 de junho de 2024 às 16h22.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou nesta sexta-feira, 7, que existem dúvidas sobre o impacto da calamidade no Rio Grande do Sul para a atividade econômica do país, cuja expectativa de crescimento foi revisada pela instituição para 1,9% no Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de março.

As incertezas pairam especialmente para o segundo trimestre, pontuou Campos Neto, observando ainda que existe uma oscilação em termos de expectativa.

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"Temos visto oscilação grande em termos de expectativa, não só no custo de reconstrução mas também no impacto de crescimento, então estamos nos aprofundando um pouco nisso. Vai ter esse elemento incerteza de curto prazo, e é preciso entender como isso vai se dar mais no médio prazo, qual tipo de reconstrução", disse Campos Neto, lembrando que o PIB gaúcho representa 6,5% do PIB brasileiro.

O presidente do Banco Central apontou que a autoridade monetária percebeu em estudos recentes que, na relação de eventos por anomalias climáticas, os acontecimentos com enchentes são os que mais crescem.

O apontamento foi feito enquanto Campos Neto indicava os dados históricos da inflação, contextualizando o que aconteceu na pandemia, quando o índice passou a subir em países desenvolvidos que, na época, não acreditavam que o fenômeno poderia ser permanente.

Lá, lembrou o presidente do BC, a inflação foi em grande parte puxada por energia e alimentos, momento em que os banqueiros centrais tiveram dificuldade de fazer um diagnóstico do avanço de preços, por estarem pouco acostumados — diferentemente do Brasil, que já estaria mais preparado para enfrentar a alta inflacionária por experiências prévias. Nos países emergentes, disse Campos Neto, os alimentos tiveram um peso maior na inflação do que a energia.

Para Campos Neto, o aprendizado do período foi o entendimento de que, a partir de um nível de difusão, a inflação se torna muito mais permanente, o que acabou sendo percebido nos países desenvolvidos.

Agora, os eventos mais recentes em relação a preço de alimentos estão relacionadas a questões climáticas, observou o banqueiro central. "O que tem acontecido mais recente em preço de alimentos, com anomalia climática, os eventos acontecem com maior frequência e intensidade", disse

O presidente do BC participou nesta sexta-feira de evento da Monte Bravo Corretora, em São Paulo.

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