Guiana Francesa critica o Brasil por busca de ouro clandestina
País vizinho pediu ao governo brasileiro mais ações no combate a prática na fronteira
Da Redação
Publicado em 11 de novembro de 2011 às 11h59.
Caiena, Guiana Francesa - A França exige uma maior cooperação ao Brasil e ao Suriname para lutar contra a busca clandestina de ouro na Guiana Francesa, num momento em que o preço deste metal aumentou sensivelmente.
O principal dirigente da Guiana Francesa, Rodolphe Alexandre, criticou a inércia das autoridades brasileiras em termos de "imigração clandestina" relacionada com a busca ilegal do ouro.
Segundo o Escritório de Busca Geológica e Mineração francesa, esta atividade tem um potencial de 120 toneladas, enquanto os prospectores o avaliam entre 200 e 400 toneladas.
Alexandre disse estar "indignado com os numerosos redutos" de busca clandestina de ouro por garimpeiros em várias regiões da selva da Guiana. "Vi centenas de garimpeiros brasileiros", afirmou à televisão local.
"Há uma grande importância quando se trata de prendê-los. Dá a impressão de que existe uma orquestração política, uma rede quase mafiosa que facilita a vinda destes (imigrantes) clandestinos utilizados como escravos", lamentou.
As autoridades da Guiana Francesa consideram que, ao menos até 2009, na cidade brasileira de Oiapoque era declarado como produzido no lado brasileiro ouro proveniente do outro lado da fronteira.
Segundo Alexandre, o estado brasileiro do Amapá, limítrofe com a Guiana Francesa, "faz vista grossa sobre a origem de dezenas de toneladas de ouro que são vendidos ou exportados de seu território".
Alexandre afirmou que pode não participar da próxima reunião da comissão transfronteiriça se o governador do Amapá não autorizá-lo a explicar aos parlamentares do estado brasileiro "as dificuldades enfrentadas pela Guiana Francesa".
Os dois países assinaram em 2008 um acordo de cooperação contra a busca ilegal de ouro, que foi ratificado em abril passado pela França. No Brasil, "ainda está na comissão que examina a constitucionalidade do texto", afirmou à AFP a consulesa do país na Guiana, Ana Beltrame.
Em setembro, a ministra francesa de Ultramar, Marie-Luce Penchard, havia considerado em Caiena, ao apresentar o sistema de luta contra a busca de ouro clandestina chamado de "Harpie", que a cooperação com o Brasil no tema era "complicada", enquanto que com o Suriname era "mais complicada ainda".
"Continuam existindo muitos exploradores clandestinos de ouro. O preço do ouro aumentou 30% em um ano e chegou aos 40 euros a grama. Isto os motiva", declarou na época o comandante da polícia da Guiana, Didier Laumont.
A extração ilegal de ouro, que requer menos combustível que a produção de ouro de aluvião, tende a crescer. Assim, a operação Harpie permitiu desmantelar 172 poços nos oito primeiros meses de 2011, contra os 67 em 2010.
Caiena, Guiana Francesa - A França exige uma maior cooperação ao Brasil e ao Suriname para lutar contra a busca clandestina de ouro na Guiana Francesa, num momento em que o preço deste metal aumentou sensivelmente.
O principal dirigente da Guiana Francesa, Rodolphe Alexandre, criticou a inércia das autoridades brasileiras em termos de "imigração clandestina" relacionada com a busca ilegal do ouro.
Segundo o Escritório de Busca Geológica e Mineração francesa, esta atividade tem um potencial de 120 toneladas, enquanto os prospectores o avaliam entre 200 e 400 toneladas.
Alexandre disse estar "indignado com os numerosos redutos" de busca clandestina de ouro por garimpeiros em várias regiões da selva da Guiana. "Vi centenas de garimpeiros brasileiros", afirmou à televisão local.
"Há uma grande importância quando se trata de prendê-los. Dá a impressão de que existe uma orquestração política, uma rede quase mafiosa que facilita a vinda destes (imigrantes) clandestinos utilizados como escravos", lamentou.
As autoridades da Guiana Francesa consideram que, ao menos até 2009, na cidade brasileira de Oiapoque era declarado como produzido no lado brasileiro ouro proveniente do outro lado da fronteira.
Segundo Alexandre, o estado brasileiro do Amapá, limítrofe com a Guiana Francesa, "faz vista grossa sobre a origem de dezenas de toneladas de ouro que são vendidos ou exportados de seu território".
Alexandre afirmou que pode não participar da próxima reunião da comissão transfronteiriça se o governador do Amapá não autorizá-lo a explicar aos parlamentares do estado brasileiro "as dificuldades enfrentadas pela Guiana Francesa".
Os dois países assinaram em 2008 um acordo de cooperação contra a busca ilegal de ouro, que foi ratificado em abril passado pela França. No Brasil, "ainda está na comissão que examina a constitucionalidade do texto", afirmou à AFP a consulesa do país na Guiana, Ana Beltrame.
Em setembro, a ministra francesa de Ultramar, Marie-Luce Penchard, havia considerado em Caiena, ao apresentar o sistema de luta contra a busca de ouro clandestina chamado de "Harpie", que a cooperação com o Brasil no tema era "complicada", enquanto que com o Suriname era "mais complicada ainda".
"Continuam existindo muitos exploradores clandestinos de ouro. O preço do ouro aumentou 30% em um ano e chegou aos 40 euros a grama. Isto os motiva", declarou na época o comandante da polícia da Guiana, Didier Laumont.
A extração ilegal de ouro, que requer menos combustível que a produção de ouro de aluvião, tende a crescer. Assim, a operação Harpie permitiu desmantelar 172 poços nos oito primeiros meses de 2011, contra os 67 em 2010.