Economia

Guerra pode cortar 50% do crescimento global

Países em desenvolvimento serão mais afetados pela crise de confiança

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h06.

A guerra no Iraque pode cortar o crescimento global em 50% em relação ao ano passado, com a redução de investimentos e diminuição dos gastos dos consumidores, disse Rogerio Zandamela, representante do Fundo Monetário Internacional que está no Brasil. O crescimento global, afirma ele, pode ficar em 1,5%. Sem a guerra, pode acelerar e passar de 3,5%. Em abril, o fundo divulgará seu relatório com previsões globais.

Para ele, um conflito pode afetar mais a América Latina e outras regiões em desenvolvimento. E a extensão da crise vai depender da duração do conflito. "Se tudo acabar em um mês, a confiança retornará rapidamente", afirmou Peter West, economista inglês, à Bloomberg News. "Os países emergentes podem sofrer mais com a guerra por causa da aversão ao risco", disse o economista Kai Stefani, do Dresdner Bank.

Somado a isso, o presidente do Banco Mundial, James Wolfenshohn, acredita que a lua de mel do presidente Luiz Inacio Lula da Silva deve acabar assim que as reformas começarem. "Quando o bolso das pessoas começar a ser afetado, os problemas vão começar", disse ele ao jornal Folha de S.Paulo.

Wolfensohn planeja uma visita ao Brasil no final de março e disse que o país tem 1 bilhão de dólares de crédito, se o país quiser resgatar. O Banco Mundial estima que 37 milhões de brasileiros vivam com menos de 22 dólares, ou menos, por mês.

Argentina

Uma missão conjunta do Bird (Banco Mundial) e do FMI (Fundo Monetário Internacional) analisa o setor de serviços públicos da Argentina, que deve passar por uma reforma completa. Esse compromisso de reforma foi firmado genericamente na carta de intenções de dezembro de 2002 que o país assinou com o FMI para um acordo transitório.

O Fundo exigia que o governo decretasse um aumento de tarifas de serviços, mas o governo se recusava. Thomas Dawson, porta-voz do FMI, disse que a missão que chegou ao país "não é uma missão negociadora de aumentos, é mais para discutir os aspectos regulatórios para que todos compreendam melhor quais são as regras do jogo e como elas avançarão".

A Argentina informou ainda nesta terça-feira que seu secretário das Finanças se reunirá em 12 março, no Japão, com detentores de bônus samurais (títulos da dívida externa emitidos no Japão) para explicar a atual situação econômica do país. Em 2002, a Argentina declarou a moratória da dívida e suspendeu o pagamento dos juros de suas obrigações em ienes.

Uruguai

O Fundo afirmou ainda que está perto de fechar um acordo com o governo uruguaio. O FMI retém um empréstimo de 380 milhões de dólares para o país desde outubro do ano passado. Segundo o porta-voz do órgão, Francisco Baker, as reuniões continuarão em Washington nos próximos dias.

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