Guedes reitera que juros baixos e dólar mais alto são "um novo normal"
"Essa combinação maldita de juros altos e câmbio baixo foi revertida", afirmou o ministro da Economia
Reuters
Publicado em 20 de janeiro de 2020 às 12h32.
Última atualização em 20 de janeiro de 2020 às 16h32.
Brasília — O ministro da Economia, Paulo Guedes , voltou a avaliar que juros baixos e dólar mais alto são "um novo normal" na economia, em meio ao compromisso do governo com o controle de gastos públicos, conforme entrevista ao site Poder 360 em parceria com o SBT.
"É um novo normal. Não quer dizer que o câmbio vai ficar a 4 reais. A nossa ida lá para fora é para dizer para o mundo: olha, ano passado saímos do abismo fiscal, este ano vamos aprofundar as reformas", afirmou ele na entrevista, feita na última terça-feira mas publicada na manhã desta segunda-feira.
"O Brasil vai acelerar o crescimento, aumentar o ritmo de criação de empregos, investimentos e, naturalmente, os recursos virão de fora. Pode até ser que o dólar desça um pouco novamente", ponderou Guedes.
O ministro avaliou que os últimos 30 anos foram de descontrole de gastos no país, com o Banco Central agindo sozinho no aperto monetário para controle da inflação.
"O Brasil durante 10, 20 ou 30 anos teve juros muito altos e câmbio muito baixo. Isso desindustrializou o Brasil, trouxe excesso de importações, prejudicou as exportações e atravancou os investimentos. Essa combinação maldita de juros altos e câmbio baixo foi revertida", avaliou ele.
"O Brasil, em vez de ser um país que tem fiscal frouxo e apertado só no freio monetário, agora controla os gastos do governo, porque gasta muito e gasta mal. Nós queremos que o dinheiro fique no bolso do povo", acrescentou.
No fim de novembro, o ministro já havia dito que diante da redução da taxa básica de juros no país e de um fiscal mais forte, o câmbio de equilíbrio "tende a ir para um lugar mais alto".
Hoje, a Selic está em 4,5% ao ano, sua mínima histórica, e há expectativas de que caia ainda mais, para 4,25%, na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em fevereiro.