Grupo de Produtores global pode interferir nos preços
Para economista da FGV, a criação de um estoque global de alimentos afetaria os preços de commodities, cujo mercado não tem intervenção
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.
Rio de Janeiro - Apesar de considerar a proposta de criação do Grupo de Produtores (GP) global “muito interessante”, a economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), Daniela de Paula Rocha, disse à Agência Brasil que está preocupada quanto a possíveis desdobramentos que a formação de um estoque de alimentos global poderia ter sobre o preço das commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional).
“A questão de se pensar em estoque público pode interferir no preço. Acaba afetando os preços dos alimentos, porque o mercado hoje não tem nenhuma intervenção e os preços estão super elevados”, disse.
A criação do GP foi proposta pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, à Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que seria seu gestor executivo. Caberia ao Itamaraty liderar o processo. A proposta do GP prevê a formação de um estoque estratégico de alimentos, com governança global, para suprir uma eventual falta de comida no mundo.
Daniela disse que os países atualmente têm estoques de alimentos, principalmente grãos, dos quais uma parte é destinada à exportação e outra ao mercado interno. Ela não vê problemas em que os países depositem um percentual da produção para a formação desse estoque global, mas reiterou o temor que esse valor possa afetar os preços internacionais.
Outro ponto levantado pela economista da FGV foi sobre a manutenção dos produtos estocados. “Isso custa caro”. No caso específico do Brasil, ela destacou que o país não conseguiu até agora resolver o problema de logística e de infraestrutura. “Será que vai ter recursos para colaborar nesse aspecto de armazenagem, para manter esses estoques?”, disse.
Quanto à formação do GP, Daniela avaliou como viável se ele reunisse países com maior interesse na questão da segurança alimentar, em termos de produção, mão-de-obra, ou com índice de pobreza elevado. “Se você incluir nesse grupo países que não tenham muito interesse, aí ficaria um pouco inviável”.
Rio de Janeiro - Apesar de considerar a proposta de criação do Grupo de Produtores (GP) global “muito interessante”, a economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), Daniela de Paula Rocha, disse à Agência Brasil que está preocupada quanto a possíveis desdobramentos que a formação de um estoque de alimentos global poderia ter sobre o preço das commodities (produtos agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional).
“A questão de se pensar em estoque público pode interferir no preço. Acaba afetando os preços dos alimentos, porque o mercado hoje não tem nenhuma intervenção e os preços estão super elevados”, disse.
A criação do GP foi proposta pelo ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, à Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), que seria seu gestor executivo. Caberia ao Itamaraty liderar o processo. A proposta do GP prevê a formação de um estoque estratégico de alimentos, com governança global, para suprir uma eventual falta de comida no mundo.
Daniela disse que os países atualmente têm estoques de alimentos, principalmente grãos, dos quais uma parte é destinada à exportação e outra ao mercado interno. Ela não vê problemas em que os países depositem um percentual da produção para a formação desse estoque global, mas reiterou o temor que esse valor possa afetar os preços internacionais.
Outro ponto levantado pela economista da FGV foi sobre a manutenção dos produtos estocados. “Isso custa caro”. No caso específico do Brasil, ela destacou que o país não conseguiu até agora resolver o problema de logística e de infraestrutura. “Será que vai ter recursos para colaborar nesse aspecto de armazenagem, para manter esses estoques?”, disse.
Quanto à formação do GP, Daniela avaliou como viável se ele reunisse países com maior interesse na questão da segurança alimentar, em termos de produção, mão-de-obra, ou com índice de pobreza elevado. “Se você incluir nesse grupo países que não tenham muito interesse, aí ficaria um pouco inviável”.