Greve e Selic podem ter pesado no crédito, diz Santander
Segundo economista do Santander, demanda por crédito vem fraca desde o começo do ano
Da Redação
Publicado em 28 de novembro de 2013 às 14h48.
São Paulo - A influência da elevação da taxa nominal de juros ( Selic ) e até a contaminação dos números pela extensão da greve dos bancários podem estar entre as explicações para o comportamento do crédito em outubro.
A avaliação é da economista Fernanda Consorte, do Banco Santander, que, em conversa com o Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, analisou a Nota de Crédito de outubro divulgada nesta manhã pelo Banco Central (BC).
Entre os destaques da nota, que informou que o estoque do crédito cresceu 0,5% em outubro em relação a setembro, figuram uma leve redução de 0,1% do crédito para veículos, aumento de 2,2% do crédito para habitação e recuo de 4,5% na média diária de concessões de crédito livre.
"Chamo a atenção para o impacto da greve dos bancários na queda das concessões de crédito em outubro", disse Fernanda. De acordo com ela, a greve da categoria, que neste ano durou 23 dias, em anos anteriores durou por volta de dez dias. "Já tínhamos visto isso em setembro e em outubro se repetiu", disse.
De qualquer forma, segundo a economista do Santander, a demanda por crédito vem fraca desde o começo do ano. Mas, ao mesmo tempo, ressalta Fernanda, a inadimplência vem caindo mesmo com o aperto da política monetária desde abril. "Isso mostra que os bancos estão mais cautelosos na hora de aprovar o crédito", avaliou a economista.
Ainda de acordo com Fernanda, merece destaque a composição do crescimento de 14,7% do crédito total em outubro em relação ao mesmo mês do ano passado. Isso porque esta expansão interanual do crédito é composta por um crescimento de 8% do crédito livre e de 24% do crédito direcionado. A questão, segundo a economista, é que, apesar de o crédito total ser liderado pelo crédito direcionado, a sua taxa de expansão agora é menor que a de 27% registrada em meados deste ano.
"Quando olhamos para a desaceleração do crédito direcionado, vemos que ela vem do BNDES, o que é positivo e deve agradar ao mercado", disse a economista do Santander. Com relação à queda de 4,5% no volume de concessões de crédito livre em outubro em relação a setembro, pela média diária, Fernanda diz ser muito difícil identificar o que levou ao recuo.
Para ela, deve ter um pouco do reflexo do aumento da taxa básica de juros e também reflexos da greve dos bancários.
São Paulo - A influência da elevação da taxa nominal de juros ( Selic ) e até a contaminação dos números pela extensão da greve dos bancários podem estar entre as explicações para o comportamento do crédito em outubro.
A avaliação é da economista Fernanda Consorte, do Banco Santander, que, em conversa com o Broadcast, serviço de informações em tempo real da Agência Estado, analisou a Nota de Crédito de outubro divulgada nesta manhã pelo Banco Central (BC).
Entre os destaques da nota, que informou que o estoque do crédito cresceu 0,5% em outubro em relação a setembro, figuram uma leve redução de 0,1% do crédito para veículos, aumento de 2,2% do crédito para habitação e recuo de 4,5% na média diária de concessões de crédito livre.
"Chamo a atenção para o impacto da greve dos bancários na queda das concessões de crédito em outubro", disse Fernanda. De acordo com ela, a greve da categoria, que neste ano durou 23 dias, em anos anteriores durou por volta de dez dias. "Já tínhamos visto isso em setembro e em outubro se repetiu", disse.
De qualquer forma, segundo a economista do Santander, a demanda por crédito vem fraca desde o começo do ano. Mas, ao mesmo tempo, ressalta Fernanda, a inadimplência vem caindo mesmo com o aperto da política monetária desde abril. "Isso mostra que os bancos estão mais cautelosos na hora de aprovar o crédito", avaliou a economista.
Ainda de acordo com Fernanda, merece destaque a composição do crescimento de 14,7% do crédito total em outubro em relação ao mesmo mês do ano passado. Isso porque esta expansão interanual do crédito é composta por um crescimento de 8% do crédito livre e de 24% do crédito direcionado. A questão, segundo a economista, é que, apesar de o crédito total ser liderado pelo crédito direcionado, a sua taxa de expansão agora é menor que a de 27% registrada em meados deste ano.
"Quando olhamos para a desaceleração do crédito direcionado, vemos que ela vem do BNDES, o que é positivo e deve agradar ao mercado", disse a economista do Santander. Com relação à queda de 4,5% no volume de concessões de crédito livre em outubro em relação a setembro, pela média diária, Fernanda diz ser muito difícil identificar o que levou ao recuo.
Para ela, deve ter um pouco do reflexo do aumento da taxa básica de juros e também reflexos da greve dos bancários.