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Greve da Receita causa US$ 2,7 bi de prejuízo para exportadores de máquinas

A greve dos auditores fiscais e servidores das Receita Federal, iniciada em 14 de maio, já causou um prejuízo de 2,7 bilhões de dólares para os exportadores de bens de capital, segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A entidade reúne 4,5 mil empresas do setor e promoveu pesquisa […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h06.

A greve dos auditores fiscais e servidores das Receita Federal, iniciada em 14 de maio, já causou um prejuízo de 2,7 bilhões de dólares para os exportadores de bens de capital, segundo levantamento realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). A entidade reúne 4,5 mil empresas do setor e promoveu pesquisa junto a seus associados para medir os efeitos da paralisação.

Pelo levantamento, a maioria expressiva (63,6%) enfrenta ou possui perspectivas de enfrentar problemas em suas atividades. Além de prejudicar as exportações, a greve afeta a cadeia de abastecimento. O setor estima perdas da ordem de 1,5 bilhão de dólares, ligadas diretamente à produção. Cerca de 56,9% enfrentam problemas nessa área, sendo que a grande maioria tem dificuldades para liberar insumos importados. Afora os danos financeiros, o setor reclama que o atraso dos embarques prejudica a imagem do Brasil no mercado externo e contribui para dificultar o fechamento de novos negócios de longo prazo.

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Os empresários do setor não conseguem dimensionar o tamanho do prejuízo caso o movimento se estendesse por mais de 30 dias, mas 82,7% dos entrevistados se mostraram preocupadas com impacto no faturamento, com o atraso na produção, o não cumprimento dos contratos firmados e com a queda nas vendas.

A Abimaq encaminhou ofício ao secretário da Receita Federal, Jorge Antonio Rachid, em 30 de julho, solicitando a implantação de um regime excepcional de liberação automática dos processos de exportação e importação de mercadorias dos fabricantes de máquinas e equipamentos cadastrados no Siscomex. Luiz Carlos Delben Leite, presidente da Abimaq, propõe que as liberações através de regime especial possam ser condicionadas à apresentação de um termo de responsabilidade da empresa, que responderia pelo cumprimento das normas e regulamentos fiscais.

Segundo o presidente da Abimaq, a interrupção das atividades em repartições alfandegárias dos portos e aeroportos terá conseqüências "extremamente sérias" para a produção e para as exportações do setor. As empresas têm pouca ou nenhuma margem de manobra frente à situação , diz Delben Leite. Quer seja pelas condições muito especiais de contratação de seus fornecimentos, baseadas em prazos rígidos de entrega garantidos por cláusulas onerosas, quer seja porque seus clientes, estabelecidos no Brasil ou no exterior, também estão condicionados a cronogramas poucos flexíveis.

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