Grécia entra em negociações difíceis com credores
O pacote de austeridade proposto por Atenas inclui um plano controverso para "reserva de trabalho", com um salário reduzido antes das demissões
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2012 às 15h14.
Atenas - A Grécia reconheceu nesta segunda-feira que está enfrentando problemas para persuadir seus credores internacionais a aceitarem um plano para economizar cerca de 12 bilhões de euros durante os próximos dois anos, essencial para destravar os pagamentos da ajuda que o país precisa para evitar falência.
Esperanças de que a Grécia, agora no quinto ano consecutivo de recessão, poderia conseguir uma rápida aprovação sobre o pacote diminuíram quando inspetores rejeitaram parte dele após negociações bilaterais retomadas no domingo.
Aparentemente houve pouco progresso na segunda rodada de negociações nesta segunda-feira entre o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, e os inspetores da "troika", grupo formado pela Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
"É uma discussão difícil", afirmou o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, a repórteres depois da reunião. "Nós estamos tentando convencê-los sobre a solidez de nossas posições." As autoridades da troika rejeitaram parte das medidas propostas para cortar despesas do setor público e querem um plano mais corajoso para reduzir o número de servidores públicos, afirmou uma autoridade sênior da Grécia.
"Eles insistem em rejeitar as medidas que se referem à reestruturação do Estado", afirmou a autoridade. "Nós insistimos que eles as aceitem." Cortar empregos do setor público é um assunto altamente delicado na Grécia, onde a Constituição proíbe a demissão de servidores públicos.
O pacote de austeridade proposto por Atenas inclui um plano controverso para "reserva de trabalho", no qual servidores públicos recebem um salário reduzido antes de serem demitidos, mas o esquema visa apenas uma economia de 167 milhões de euros durante 2013 e 2014, segundo um esboço do plano obtido pela Reuters no final do mês passado.