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Governos aumentam gastos a ritmo mais acelerado desde 2009

Governos de todo o mundo estão se preparando para aliviar os responsáveis pela política monetária de parte do fardo de sustentar economias

Notas de dólar: em todo o planeta, os gastos governamentais devem crescer mais em 2016 do que em qualquer outro ano desde 2009 (Mark Wilson/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de junho de 2016 às 22h35.

Governos de todo o mundo estão se preparando para aliviar os responsáveis pela política monetária de parte do fardo de sustentar economias com crescimento persistentemente lento, de acordo com o HSBC Holdings.

Em todo o planeta, os gastos governamentais devem crescer mais em 2016 do que em qualquer outro ano desde 2009, quando as autoridades fiscais embarcaram em um plano coordenado para aumentar as despesas a fim de lidar com os danos causados pela crise financeira.

“De modo geral, agora temos um estímulo fiscal na economia mundial”, escreveu a economista-chefe mundial Janet Henry. “Esse estímulo não é grande, mas está aumentando, e, pela primeira vez desde 2010, estimamos que os gastos governamentais mundiais vão crescer mais aceleradamente que o PIB global”.

Essa notícia é música para os ouvidos de organizações internacionais como o FMI e também para pesos-pesados do setor financeiro, como Ben Bernanke, ex-presidente do Fed, e Larry Fink, da BlackRock, que há muito argumenta que o governo deveria desempenhar um papel maior no impulso ao crescimento.

São vários os motivos para o aumento dos gastos: as autoridades chinesas estão recorrendo a incentivos fiscais para estimular a atividade, o nível de despesa estatal aumentou nos EUA, a Alemanha foi obrigada a aumentar os gastos devido à crise dos refugiados, os líderes da França cortaram impostos corporativos em um ano pré-eleitoral e, no Canadá, um novo governo está aumentando os investimentos em infraestrutura.

Como bancos centrais do mundo inteiro estão recorrendo a políticas atípicas, como as taxas de juros negativas, a fim de reativar suas economias, esse incentivo fiscal poderia permitir que eles aliviem o acelerador monetário e reduzam as chances de chegarem a seus limites inferiores efetivos.

O presidente do Banco do Canadá, Stephen Poloz, por exemplo, disse que essa série de políticas é “melhor” devido ao novo plano do governo de aumentar os gastos. Em um discurso no sábado, ele explicou como a coordenação entre as autoridades monetária e fiscal poderia ajudar a mitigar os riscos à estabilidade financeira ao influenciar a composição da dívida.

“Dado o fraco crescimento nominal mundial e o excesso de economias, a flexibilização monetária e o estímulo fiscal precisam atuar conjuntamente”, acrescentou Henry. “Desconfiamos que farão isso. O chamado dinheiro de helicóptero em si não é iminente, mas helicópteros ‘de papel’ ([flexibilização quantitativa] que permite que o governo gaste livremente sem ser repreendido pelo mercado) já estão no ar”.

No entanto, esse aumento de gastos do governo talvez seja insuficiente para compensar a apatia dos investimentos e do comércio, alertou a economista.

“Os EUA não podem tirar sozinhos a economia mundial dessa fraqueza, assim como a China sozinha só pôde ser o único motor real de crescimento da economia mundial e absorver o restante das pressões desinflacionárias do mundo por alguns poucos anos”, escreveu Henry. “O mundo precisa de mais de um motor”.

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Governos de todo o mundo estão se preparando para aliviar os responsáveis pela política monetária de parte do fardo de sustentar economias com crescimento persistentemente lento, de acordo com o HSBC Holdings.

Em todo o planeta, os gastos governamentais devem crescer mais em 2016 do que em qualquer outro ano desde 2009, quando as autoridades fiscais embarcaram em um plano coordenado para aumentar as despesas a fim de lidar com os danos causados pela crise financeira.

“De modo geral, agora temos um estímulo fiscal na economia mundial”, escreveu a economista-chefe mundial Janet Henry. “Esse estímulo não é grande, mas está aumentando, e, pela primeira vez desde 2010, estimamos que os gastos governamentais mundiais vão crescer mais aceleradamente que o PIB global”.

Essa notícia é música para os ouvidos de organizações internacionais como o FMI e também para pesos-pesados do setor financeiro, como Ben Bernanke, ex-presidente do Fed, e Larry Fink, da BlackRock, que há muito argumenta que o governo deveria desempenhar um papel maior no impulso ao crescimento.

São vários os motivos para o aumento dos gastos: as autoridades chinesas estão recorrendo a incentivos fiscais para estimular a atividade, o nível de despesa estatal aumentou nos EUA, a Alemanha foi obrigada a aumentar os gastos devido à crise dos refugiados, os líderes da França cortaram impostos corporativos em um ano pré-eleitoral e, no Canadá, um novo governo está aumentando os investimentos em infraestrutura.

Como bancos centrais do mundo inteiro estão recorrendo a políticas atípicas, como as taxas de juros negativas, a fim de reativar suas economias, esse incentivo fiscal poderia permitir que eles aliviem o acelerador monetário e reduzam as chances de chegarem a seus limites inferiores efetivos.

O presidente do Banco do Canadá, Stephen Poloz, por exemplo, disse que essa série de políticas é “melhor” devido ao novo plano do governo de aumentar os gastos. Em um discurso no sábado, ele explicou como a coordenação entre as autoridades monetária e fiscal poderia ajudar a mitigar os riscos à estabilidade financeira ao influenciar a composição da dívida.

“Dado o fraco crescimento nominal mundial e o excesso de economias, a flexibilização monetária e o estímulo fiscal precisam atuar conjuntamente”, acrescentou Henry. “Desconfiamos que farão isso. O chamado dinheiro de helicóptero em si não é iminente, mas helicópteros ‘de papel’ ([flexibilização quantitativa] que permite que o governo gaste livremente sem ser repreendido pelo mercado) já estão no ar”.

No entanto, esse aumento de gastos do governo talvez seja insuficiente para compensar a apatia dos investimentos e do comércio, alertou a economista.

“Os EUA não podem tirar sozinhos a economia mundial dessa fraqueza, assim como a China sozinha só pôde ser o único motor real de crescimento da economia mundial e absorver o restante das pressões desinflacionárias do mundo por alguns poucos anos”, escreveu Henry. “O mundo precisa de mais de um motor”.

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