Governo vê aprovação de reforma em julho com mais de 330 votos
São necessários ao menos 308 de 513 deputados para a reforma passar. Mapeamentos feitos paralelamente têm sido mais conservadores
Ligia Tuon
Publicado em 24 de junho de 2019 às 12h36.
Última atualização em 24 de junho de 2019 às 12h53.
Com a expectativa de aprovar a reforma da Previdência ainda em julho, governistas dizem ter os votos necessários para finalmente mudar o regime de pensões no Brasil. Numa onda que mistura otimismo e contagem de votos, o chefe da Casa Civil do presidente Jair Bolsonaro, Onyx Lorenzoni, garante ter mais de 330 votos, o que levaria a uma vitória expressiva do governo na Câmara.
“Hoje com o atual texto do relator é possível mais de 330”, disse à Bloomberg por mensagem de texto.
São necessários ao menos 308 de 513 deputados para a reforma passar. Mapeamentos feitos paralelamente têm sido mais conservadores. Levantamentos feitos por jornais locais estimam entre 318 a 325 votos, o que de qualquer forma garantiria a aprovação.
As nuances nestes números refletem inexperiência em fazer essa contagem, dado que parlamentares ligados a Bolsonaro são, na maioria, novatos. Além disso, pesa o fato de que quase 50% dos deputados são de primeiro mandato, sem histórico de votações na Câmara sobre o regime previdenciário.
Para o governo e para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um dos maiores defensores da reforma da Previdência, abriu-se uma janela de oportunidade para aprovar o novo regime nas próximas três semanas.
“Temos expectativa de votar até quinta-feira o relatório na comissão. Assim, o projeto fica pronto para ser votado em plenário na primeira ou segunda semana de julho”, disse Maia nesta segunda-feira.
Antes de ser levado ao plenário, o texto precisa ainda ser aprovado pela Comissão Especial, formada por 49 deputados. Neste colegiado, a aprovação é mais simples, precisando apenas de 25 apoios.
Bolsonaro tem demonstrado confiança na aprovação da reforma desde fevereiro, quando encaminhou o projeto ao Congresso. Neste fim de semana, o presidente disse que a Previdência virou “palavra mágica” e que os investidores estão só esperando a aprovação da matéria para voltar a aplicar no Brasil, segundo jornais locais.