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Governo reduzirá meta fiscal a 0,15% do PIB, diz fonte

O anúncio da nova meta deste ano deve ser feito por Joaquim Levy e Nelson Barbosa durante divulgação do Relatório de Receitas e Despesas, nesta tarde

Os ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) devem divulgar a nova meta durante divulgação do Relatório de Receitas e Despesas, nesta tarde (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2015 às 15h27.

Brasilia/São Paulo - O governo brasileiro vai reduzir a meta de superávit primário para 2015 a 0,15 por cento do Produto Interno Bruto ( PIB ) diante do cenário de fraca economia, segundo fontes do governo ouvidas pela Reuters nesta quarta-feira, e fará o mesmo movimento para o alvo de 2016, disse uma das fontes.

O anúncio da nova meta deste ano --que deve ser feito pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) durante divulgação do Relatório de Receitas e Despesas, nesta tarde-- deverá ser seguido de anúncios de novos cortes no Orçamento para mostrar compromisso com a austeridade fiscal, disseram as fontes.

A meta de economia para pagamento de juros para este ano está fixada em 66,3 bilhões de reais, o equivalente a 1,1 por cento do PIB, e será reduzida a 0,15 por cento do PIB, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.

Segundo uma das fontes, a meta deste ano será dividida da seguinte forma: 0,10 por cento para o governo federal e 0,05 por cento para Estados e municípios.

O corte da meta mostra o quanto está sendo difícil para o governo da presidente Dilma Rousseff fortalecer as finanças do país depois de anos de excessos e em meio a uma dolorosa desaceleração econômica.

Muitos economistas do mercado esperavam que o superávit primário fecharia o ano entre 0,6 por cento e 0,8 por cento do PIB, refletindo a expectativa de que a economia caia quase 2 por cento neste ano.

Mas o governo vai anunciar uma redução da meta mais intensa, também tendo como pano de fundo cenário político muito conturbado, com medidas de austeridade sofrendo para ser aprovadas no Congresso Nacional.

Em 12 meses até maio, último dado disponível, setor público brasileiro (governo central, Estados, municípios e estatais) acumulou déficit primário equivalente a 0,68 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, resistiu inicialmente a reduzir a meta por temer que enviaria o sinal errado aos mercados sobre o compromisso do governo com o ajuste fiscal.

Para apaziguar esses temores, o governo também anunciará cortes adicionais nos gastos que podem alcançar 15 bilhões de reais, de acordo com uma das autoridades.

Em maio, o governo anunciou o corte de 70 bilhões de reais do orçamento, em uma tentativa para restaurar a credibilidade da política fiscal. Levy disse na terça-feira que uma redução da meta não significaria o fim do ajuste.

Pela maior parte da década passada o país registrou superávits primários acima de 3 por cento do PIB à medida que controles de gastos mais rígidos e a bonança das commodities enchiam os cofres públicos.

Isso começou a mudar com a crise mundial de 2008/09, e no primeiro mandato da presidente Dilma foram concedidos bilhões de reais em isenções fiscais em uma tentativa fracassada de reanimar a economia estagnada.

Desde sua reeleição em outubro, Dilma adotou políticas mais amigáveis ao mercado e prometeu reequilibrar as contas públicas para evitar que o país perca o cobiçado grau de investimento.

No entanto, a forte queda na arrecadação tributária causada pela desaceleração econômica acabou com as esperanças do governo de atingir sua meta original.

2016 O governo brasileiro também vai reduzir a meta de superávit primário de 2016, fixada em 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo uma das fontes ouvidas pela Reuters, acrescentando não ter detalhes de quanto será o ajuste ou quando será anunciado.

Segundo a fonte, a mudança será encaminhada ao Congresso Nacional via alteração da proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Outra fonte ouvida pela Reuters afirmou que seria muito difícil cumprir a atual meta de primário em 2016, sobretudo após a redução do objetivo deste ano.

A atual expectativa dos economistas semanalmente ouvidos pelo Banco Central na pesquisa Focus é de que o Produto Interno Bruto (PIB) encolha 1,70 por cento neste ano e cresça apenas 0,33 por cento em 2016.

Há projeções bem mais pessimistas, como a do Itaú, que vê contração da atividade de 2,2 por cento este ano e de 0,2 por cento no próximo. (Reportagem adicional de Alonso Soto)

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Brasilia/São Paulo - O governo brasileiro vai reduzir a meta de superávit primário para 2015 a 0,15 por cento do Produto Interno Bruto ( PIB ) diante do cenário de fraca economia, segundo fontes do governo ouvidas pela Reuters nesta quarta-feira, e fará o mesmo movimento para o alvo de 2016, disse uma das fontes.

O anúncio da nova meta deste ano --que deve ser feito pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento) durante divulgação do Relatório de Receitas e Despesas, nesta tarde-- deverá ser seguido de anúncios de novos cortes no Orçamento para mostrar compromisso com a austeridade fiscal, disseram as fontes.

A meta de economia para pagamento de juros para este ano está fixada em 66,3 bilhões de reais, o equivalente a 1,1 por cento do PIB, e será reduzida a 0,15 por cento do PIB, disseram duas fontes familiarizadas com o assunto.

Segundo uma das fontes, a meta deste ano será dividida da seguinte forma: 0,10 por cento para o governo federal e 0,05 por cento para Estados e municípios.

O corte da meta mostra o quanto está sendo difícil para o governo da presidente Dilma Rousseff fortalecer as finanças do país depois de anos de excessos e em meio a uma dolorosa desaceleração econômica.

Muitos economistas do mercado esperavam que o superávit primário fecharia o ano entre 0,6 por cento e 0,8 por cento do PIB, refletindo a expectativa de que a economia caia quase 2 por cento neste ano.

Mas o governo vai anunciar uma redução da meta mais intensa, também tendo como pano de fundo cenário político muito conturbado, com medidas de austeridade sofrendo para ser aprovadas no Congresso Nacional.

Em 12 meses até maio, último dado disponível, setor público brasileiro (governo central, Estados, municípios e estatais) acumulou déficit primário equivalente a 0,68 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, resistiu inicialmente a reduzir a meta por temer que enviaria o sinal errado aos mercados sobre o compromisso do governo com o ajuste fiscal.

Para apaziguar esses temores, o governo também anunciará cortes adicionais nos gastos que podem alcançar 15 bilhões de reais, de acordo com uma das autoridades.

Em maio, o governo anunciou o corte de 70 bilhões de reais do orçamento, em uma tentativa para restaurar a credibilidade da política fiscal. Levy disse na terça-feira que uma redução da meta não significaria o fim do ajuste.

Pela maior parte da década passada o país registrou superávits primários acima de 3 por cento do PIB à medida que controles de gastos mais rígidos e a bonança das commodities enchiam os cofres públicos.

Isso começou a mudar com a crise mundial de 2008/09, e no primeiro mandato da presidente Dilma foram concedidos bilhões de reais em isenções fiscais em uma tentativa fracassada de reanimar a economia estagnada.

Desde sua reeleição em outubro, Dilma adotou políticas mais amigáveis ao mercado e prometeu reequilibrar as contas públicas para evitar que o país perca o cobiçado grau de investimento.

No entanto, a forte queda na arrecadação tributária causada pela desaceleração econômica acabou com as esperanças do governo de atingir sua meta original.

2016 O governo brasileiro também vai reduzir a meta de superávit primário de 2016, fixada em 2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), segundo uma das fontes ouvidas pela Reuters, acrescentando não ter detalhes de quanto será o ajuste ou quando será anunciado.

Segundo a fonte, a mudança será encaminhada ao Congresso Nacional via alteração da proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Outra fonte ouvida pela Reuters afirmou que seria muito difícil cumprir a atual meta de primário em 2016, sobretudo após a redução do objetivo deste ano.

A atual expectativa dos economistas semanalmente ouvidos pelo Banco Central na pesquisa Focus é de que o Produto Interno Bruto (PIB) encolha 1,70 por cento neste ano e cresça apenas 0,33 por cento em 2016.

Há projeções bem mais pessimistas, como a do Itaú, que vê contração da atividade de 2,2 por cento este ano e de 0,2 por cento no próximo. (Reportagem adicional de Alonso Soto)

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