Governo já prevê alta do PIB acima de 6,5%
São Paulo - A equipe econômica deve anunciar em julho uma nova revisão para cima na projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2010. Apesar de ter revisado a estimativa do PIB deste ano para 6,5% na semana passada, os técnicos já consideram nos bastidores que essa projeção está defasada. A tendência, […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
São Paulo - A equipe econômica deve anunciar em julho uma nova revisão para cima na projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2010. Apesar de ter revisado a estimativa do PIB deste ano para 6,5% na semana passada, os técnicos já consideram nos bastidores que essa projeção está defasada. A tendência, segundo fontes do governo, é que a previsão para 2010 seja elevada no relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas que será divulgado no fim de julho. Não há ainda um novo número fechado, pois a área econômica quer esperar novos dados da economia. Mas alguns economistas do governo já trabalham extraoficialmente com crescimento de pelo menos 7% este ano, como em média já preveem os analistas do mercado financeiro.
De acordo com uma das fontes, o crescimento de 2,7% no primeiro trimestre, junto com a forte expansão do quarto trimestre do ano passado, já garante um crescimento de 6% neste ano. É o que no economês se chama de carregamento estatístico, o que significa que, mesmo que o País não crescesse mais nos próximos trimestres o PIB do ano teria um resultado de 6% porque sai de um nível elevado no início do ano. Como a economia ainda se mostra em expansão, um crescimento acima dos 6,5% oficialmente previsto se torna bastante factível.
Uma fonte lembra que, se a economia crescer 7,5% em 2010, como alguns analistas no mercado apostam, a média de expansão do País no segundo mandato do governo Lula seria em torno de 4,7%, próximo dos 4,9% previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Apesar de admitirem um crescimento maior para o Brasil este ano, os técnicos da área econômica, em geral, refutam a tese de superaquecimento da atividade, que traria riscos de descontrole inflacionário. A avaliação é que uma expansão forte neste ano deve ser relativizada pelo fato de ocorrer em comparação com um ano sem crescimento, afetado pela crise internacional. O raciocínio é que, se a economia crescer 7% ou 8% este ano, a média de 2009 e 2010 será de 3,5% a 4%, patamar que ainda seria abaixo do potencial do Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.