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Governo espera oferta para todos os lotes do leilão de linhas

Entre os prováveis grupos participantes internacionais estão empresas chinesas e indianas, que têm demonstrado forte apetite pelos ativos

Energia: os 11 lotes a serem ofertados somam 4,9 mil quilômetros de novas linhas a serem construídas e operadas (Thinkstock/Thinkstock)
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Reuters

Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 14h16.

Brasília - O governo federal espera que todos os 11 lotes do leilão de linhas de transmissão na sexta-feira, com previsão de investimento de quase 9 bilhões de reais, deverão receber ofertas de investidores, brasileiros e internacionais, disseram técnicos do Programa de Parceria de Investimentos (PPI) nesta quinta-feira.

Entre os prováveis grupos participantes internacionais estão empresas chinesas e indianas, que têm demonstrado forte apetite pelos ativos não apenas pelo retorno oferecido, mas também pela possibilidade de venderam seus equipamentos a um setor em que estão entre os maiores agentes globais, segundo especialistas ouvidos pela Reuters.

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"Não deve ter nenhum lote vazio", disse Anderson Márcio de Oliveira, diretor da área de Energia do PPI, em entrevista à Reuters.

"O marco regulatório é bastante seguro e conhecido por todo mundo, a expectativa de retorno é muito boa, é um rendimento fixo com risco regulatório zero", justificou.

Os 11 lotes a serem ofertados somam 4,9 mil quilômetros de novas linhas a serem construídas e operadas, com investimento total estimado em 8,7 bilhões de reais pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

"Estamos bastante otimistas em relação ao leilão de sexta. A exemplo do que ocorreu antes, esperamos que haja empreendedores de outros países", disse o secretário de Articulação para Investimentos e Parcerias do PPI, Marco Aurélio de Barcelos Silva, sem citar de quais países viriam os investidores.

Indianos estrearam no país de forma surpreendente em abril, quando a Sterlite Power Grid arrematou dois projetos em uma licitação federal e ainda ofereceu o maior deságio da concorrência, com desconto de quase 60 por cento em relação à receita máxima oferecida para os empreendimentos.

Tal movimento atraiu interesse de outras empresas da Índia, que também se preparam para a licitação, como a Adani Transmission e Power Grid Corporation of India Limited, disseram fontes com conhecimento do assunto à Reuters, em novembro.

Além dos indianos, os chineses da State Grid , que chegaram Brasil em 2010 mas que reduziram o apetite nas últimas disputas, poderão voltar a realizar propostas no evento de sexta-feira.

A leilão, coincidentemente, ocorre na mesma semana em que começou a funcionar a maior linha de transmissão de energia de corrente contínua da América Latina, que vai trazer a produção da hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, até o Sudeste. O empreendimento, que ficou a cargo da própria State Grid e da Eletrobras, acabou entrando em operação dois meses antes do previsto.

O certame pode atrair competidores brasileiros, como a Copel e a Eletronorte, da Eletrobras, que obtiveram autorização da Aneel para participar da disputa --ambas estavam vetadas por atrasos na implementação de projetos.

Segundos os dois técnicos do PPI, em 2018 devem ser realizados outros dois leilões de linhas de transmissão, um no primeiro semestre, com expectativa de gerar investimentos de cerca de 5,5 bilhões de reais e outro na segunda metade do ano.

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