Brasília, 3 de setembro (Portal EXAME) O governo espera levantar 55 bilhões de reais nos próximos quatro anos com parcerias. A idéia é atrair empresas privadas e outras organizações para contribuir com 2,97% das obras do Plano Plurianual de investimento 2004-2007 (PPA). O plano prevê, ao todo, investimento de 1,86 trilhão de reais. O projeto de lei da Parceria Público-Privada deverá ser aberto à discussão com a sociedade em uma ou duas semanas , disse o ministro do Planejamento, Guido Mantega, que apresentou o PPA nesta quarta-feira (3/9). O texto está pronto e esperamos que seja aprovado no Congresso até o final do ano .

No momento, como não há planos de privatização no governo federal, o principal meio para usar o capital privado são as concessões. Segundo Mantega, elas continuarão sendo aproveitadas, principalmente nos setores de transporte rodoviário e ferroviário. A Parceria Público-Privada (PPP) será um novo instrumento, mais flexível, com o qual o governo espera atrair capital privado para empreitadas com baixo potencial lucrativo. Pela PPP, a empresa investiria na obra e o governo complementaria o lucro a ser obtido com o serviço no futuro por exemplo, com o pedágio de uma rodovia pouco freqüentada.

Projetos grandiosos não faltam no PPA. Por exemplo, o aproveitamento da Bacia do Rio São Francisco para levar água a 11 estados, para irrigação e consumo, deverá custar 5,5 bilhões de dólares. O governo espera realizar pelo menos um terço da obra até 2006. O PPA estima que a iniciativa privada entre com 36,28 bilhões de reais nos projetos de infra-estrutura, dentro de um total de 298,33 bilhões. A maior parte do investimento iria para os setores de eletricidade, petróleo e gás.

Segundo as projeções do governo, as companhias estatais investiriam 143 bilhões de reais, ou 7,71% do PPA. Desse total, 135,17 bilhões iriam para obras de infra-estrutura. Diferentemente do setor privado, elas não dependem de nenhuma nova lei para realizar esse plano. As estatais já apresentam condições de fazer esse investimento , afirmou Mantega.