EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h22.
O governo central, composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, fechou agosto com um superávit primário de 6,427 bilhões de reais. A cifra é mais que o dobro da registrada em julho - 3,010 bilhões de reais - e foi impulsionada pelo melhor desempenho do Tesouro e pelo menor déficit registrado pela Previdência. A economia gerada por esses três organismos de governo correspondeu a 3,59% do Produto Interno Bruto (PIB) no acumulado de janeiro a agosto, ante 3,75% nos oito primeiros meses de 2005. Para a meta de economia do governo - 4,25% - contudo, são considerados também os dados de estados, municípios e estatais.
De acordo com o relatório divulgado nesta terça-feira (26/9), o Tesouro é o único ente do governo central que sustenta o superávit primário neste ano. Somente no mês passado, o Tesouro gerou uma economia de 9,549 bilhões de reais. Os demais componentes do governo central apresentaram déficits - a Previdência registrou um rombo de 3,1 bilhões, e o BC, perdas de 22,3 milhões.
No acumulado do ano, a situação se repete. O superávit primário até agosto é de 47,879 bilhões de reais, ante os 46,907 bilhões do mesmo intervalo de 2005. O Tesouro, com saldo positivo de 73,511 bilhões de reais, foi o único a contribuir para o superávit do governo central. A Previdência acumula prejuízo de 25,513 bilhões no período, seguida pelo BC, com 118,7 milhões negativos.
Segundo o Tesouro, os incentivos fiscais concedidos a alguns setores, como a desoneração da construção civil, contribuem para que o ritmo de expansão da arrecadação federal de impostos - principal fonte de recursos do Tesouro - desacelere neste ano. Em contrapartida, alguns segmentos econômicos, como a mineração, vivem um bom momento e ajudam a elevar o caixa. A receita bruta do Tesouro, até agosto, totalizou 281,7 bilhões de reais, 10,4% superior à dos oito meses iniciais de 2005.
O relatório de hoje afirma, ainda, que a concessão de reajustes reais aos benefícios e aposentadorias da Previdência Social fizeram com que o déficit do sistema crescesse como proporção do PIB. No acumulado do ano, o déficit previdenciário representa 25,5% do PIB, ante 21,8% no mesmo período de 2005. Entre janeiro e agosto, o sistema recebeu contribuições de 75 bilhões de reais e despendeu 100,5 bilhões em benefícios.