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Gabinete de segurança vai decidir papel da Huawei no 5G, diz Anatel

Presidente da Anatel, Leonardo de Morais, espera que o leilão do 5G deve ser realizado no final do ano

Huawei: empresa chinesa espera vender componentes para operadoras de telecomunicações no Brasil (Alex Tai/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)
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Reuters

Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 12h10.

Brasília — O presidente da Anatel disse que qualquer decisão sobre os riscos de segurança do uso da tecnologia chinesa para a frequência de banda para redes 5G será tomada pelo ministro chefe do gabinete de Segurança Institucional.

Leonardo de Morais disse à Reuters que o leilão do 5G, que ele agora espera que ocorra em novembro ou dezembro, está focado nas operadoras de serviços que adquirem o direito de usar determinadas frequências e não o hardware que empregarão.

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"Não vamos misturar as coisas", disse ele em entrevista na segunda-feira.

As preocupações de segurança cibernética para a tecnologia 5G extrapolam as questões das redes de telecomunicações, com aplicações que variam do setor financeiro à agricultura. A competência para tratar desse tema é do escritório do general Augusto Heleno, conhecido como GSI, que deve definir as regras, disse Morais.

A Anatel aprovou as regras para o leilão publicado pelo governo na semana passada e abriu uma consulta pública. Se confirmado, será o maior leilão de espectro 5G do mundo.

A Huawei , líder mundial no 5G, deseja vender componentes para operadoras de telecomunicações no Brasil, preparando-se para construir uma infraestrutura de alta velocidade.

Espera-se que a Huawei desempenhe um grande papel na implantação de redes 5G na América Latina, apesar dos esforços dos EUA para impedir esse movimento. A empresa alertou que o Brasil pode se tornar menos competitivo se o leilão for adiado.

Mas ainda não está claro se o presidente Jair Bolsonaro, aliado do presidente dos EUA, Donald Trump, seguirá o exemplo norte-americano e banirá a tecnologia da Huawei no Brasil devido a preocupações com a alegada espionagem da China.

Eduardo Bolsonaro, filho do presidente, alertou na semana passada contra o envolvimento da Huawei na construção da rede 5G, dizendo ao jornal O Globo que isso poderá afetar a cooperação militar entre Brasil e Estados Unidos.

Ele disse que os EUA não confiarão mais no Brasil se houver interferência da China devido à suposta inteligência que a tecnologia Huawei poderá fornecer.

Mas nem todo mundo no governo Bolsonaro pensa assim.

O vice-presidente, Hamilton Mourão, disse no ano passado que não há motivos para interromper os investimentos da Huawei no Brasil. Em maio, em uma visita à China, ele se encontrou com o presidente-executivo da Huawei, Ren Zhengfei.

As operadoras brasileiras pressionam pela livre escolha de fornecedores, dizendo que mais opções garantirão a melhor qualidade da rede 5G resultante. Suas redes atuais usam uma combinação de hardwares da Huawei e suas rivais Nokia e Ericsson.

Em comunicado, a Huawei disse que "continua acompanhando as discussões sobre a implementação da rede 5G no Brasil". A empresa afirmou estar presente no Brasil há 21 anos e está pronta para ampliar sua parceria com operadoras locais.

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