Economia

G8 confia em recuperação econômica; proposta brasileira é excluída

Em sua referência sobre a economia mundial, o documento oficial de encerramento da Cúpula do G8 (os sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia) mostra confiança em uma recuperação e destacou a necessidade de levar adiante as reformas estruturais e buscar uma maior flexibilidade nas economias das nações ricas. A reunião foi encerrada […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h30.

Em sua referência sobre a economia mundial, o documento oficial de encerramento da Cúpula do G8 (os sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia) mostra confiança em uma recuperação e destacou a necessidade de levar adiante as reformas estruturais e buscar uma maior flexibilidade nas economias das nações ricas. A reunião foi encerrada nesta terça-feira, em Evian, França, pelo presidente da França, Jacques Chirac.

"Nós estamos confiantes no potencial de crescimento de nossas economias", afirmou Chirac. Explicando por que acredita que a economia mundial irá se recuperar, Chirac disse que a guerra no Iraque terminou, acabando com algumas incertezas, e que os preços do petróleo são favoráveis para a expansão econômica. "Existe um potencial inquestionável para o crescimento", afirmou o presidente em entrevista coletiva.

Embora o comunicado não mencione a questão do câmbio, o presidente francês disse que todos os líderes concordaram que a estabilidade cambial é um fator-chave para o crescimento. Eles acrescentaram que estão monitorando os movimentos do mercado de perto depois da forte queda do dólar frente ao euro.

Proposta brasileira fica de fora

A declaração final do G8 não incluiu a proposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de criar um fundo mundial contra a fome. Em seu discurso durante a reunião ampliada - aberta para outros participantes além dos oito chefes de Estado -, no último domingo, Lula havia proposto um fundo financiado, em parte, pelo comércio internacional de armas. O restante do fundo seria constituído por uma parcela do serviço da dívida dos países pobres.

As cinco páginas do documento final da cúpula do G8 foram dedicadas às questões econômicas, à luta contra o terrorismo e a conflitos regionais, como os do Oriente Médio. Apenas quatro linhas falavam da fome, classificando-a como "risco a milhares de pessoas", e que afetaria principalmente a África. O G8 se comprometeu a "responder às necessidades alimentícias mais urgentes".

Lula havia classificado o problema como "realidade intolerável". Chirac, da França, foi o único a dar declarações de apoio à proposta, de acordo com informações da agência de notícias Associated Press. "Lula fez duas intervenções muito fortes na reunião. Tenho que reconhecer", afirmou. "[Lula] segue por um bom caminho. Considero que uma taxa sobre as armas não seria nada injustificada."

Alerta à Coréia e ao Ir

A conferência do G8 chega ao fim com pelo menos dois entendimentos unânimes: a reconstrução do Iraque e um pedido de desarmamento nuclear do Irã e da Coréia do Norte.

Segundo agências internacionais, a declaração final da cúpula deixa para trás os desentendimentos entre as nações em relação ao ataque ao Iraque e mostra que todos estão de acordo e participarão da reconstrução do país árabe. O documento diz que "os líderes do G8 dividem a convicção de que esta é a hora de construir a paz e reconstruir o Iraque". A leitura final foi feita pelo presidente francês Jacques Chirac. O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, não participaram do encerramento.

Os líderes do G8 alertaram a Coréia do Norte e o Irã que não irão admitir aquisições de armas nucleares - apesar de haver discordância entre os Estados Unidos e outros países do grupo sobre quão longe pode chegar a pressão sobre o Irã. A Associated Press cita um alto oficial dos Estados Unidos que afirmou que "a declaração final do G8 autoriza implicitamente o uso da força contra países que violarem as normas internacionais". Chirac negou que o documento apoiasse o uso da força. "Nunca houve nenhuma conversa sobre usar a força contra nenhum país. Nós temos de dialogar com o Ir", disse o presidente da França.

Um alto oficial da comissão russa disse a repórteres nesta terça-feira que houve um consenso geral durante as discussões do G8 de que o Irã "deve eliminar dúvidas sobre a existência de armas nucleares até o dia 16 de junho", quando acontecerá o próximo encontro da Agência de Energia Atômica, que envolve membros do governo dos oito países.

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