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Frágil e desigual recuperação persiste em 2015, diz FMI

Enquanto a zona do euro e o Japão têm um "risco elevado" de baixa inflação e sob crescimento, os emergentes estão vendo desacelerar sua expansão econômica

Lagarde: ela apontou que economia americana será a única que nadará contra a corrente em 2015 (Yuri Gripas/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de janeiro de 2015 às 17h10.

Washington - A economia global ainda encara fortes ventos contra, em meio a uma recuperação "frágil e desigual", para a qual a queda de preços do petróleo e a consolidação dos Estados Unidos não são suficientes, advertiu nesta quinta-feira a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional ( FMI ), Christine Lagarde .

"A pergunta óbvia é esta: deveriam os baixos preços do petróleo e a força da recuperação nos EUA nos deixar mais otimistas sobre as perspectivas globais?", questionou Lagarde em uma conferência no centro de estudos Council on Foreign Relations, em Washington.

"A resposta mais provável é "não," já que ainda há poderosos fatores que pesam em baixa", respondeu a chefe do FMI.

Deste modo, o Fundo jogou um balde de água fria nas expectativas criadas pelos analistas do mercado sobre as possibilidades de que esta redução de preços do barril de petróleo, abaixo dos US$ 50, possa atuar como estímulo para a economia global.

De fato, Lagarde apontou que a economia americana será a única que nadará contra a corrente em 2015, e solidificará a recuperação mostrada em 2014.

Enquanto a zona do euro e o Japão têm um "risco elevado" de baixa inflação e sob crescimento, os emergentes estão vendo desacelerar sua expansão econômica, após terem sido as locomotivas globais nos últimos anos.

Na zona do euro, precisamente, a queda na tarifa energética contribuiu para diminuir as expectativas de inflação, o que deu mais argumentos para que o Banco Central Europeu (BCE), como indicou o presidente da instituição, Mario Draghi, eleve seu estímulo monetário através da compra de dívida soberana.

Ao mesmo tempo, afirmou Lagarde, os baixos preços do petróleo já mostraram efeitos negativos sobre países produtores, como Nigéria, Rússia e Venezuela, que "enfrentam enormes pressões sobre suas divisas" diante da queda de suas receitas.

"Dado o tamanho destas economias, os recentes eventos podem ter significativos efeitos regionais", ressaltou Lagarde.

O discurso da diretora-gerente do FMI ocorreu dias antes de a organização divulgar, na próxima semana, em Pequim, a atualização de suas previsões para a economia global em 2015.

Em outubro, o fundo estimou um crescimento global para este ano de 3,8%.

As economias emergentes, prosseguiu Lagarde, "podem enfrentar neste ano um triplo golpe pela combinação de um dólar mais forte, taxas de juros globais mais elevadas e uma maior volatilidade dos fluxos de capital".

Ela explicou que 2015 será o ano no qual o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) subirá as taxas de juros de referência pela primeira vez desde o final de 2008, o que gerará instabilidade nos mercados financeiros globais.

Por isso, a ex-ministra francesa de Finanças e primeira mulher à frente do FMI apostou em uma maior liberalização do comércio, o investimento em infraestrutura e eliminação de distorções existentes nos mercado trabalhistas.

Lagarde citou como exemplo disso os acordos de comércio atualmente em negociação da Aliança Transpacífica (entre EUA e várias economias do Pacífico) e a Transatlântico (entre EUA e a União Europeia).

"Agora se requer vontade política para chegar à linha final", disse.

Além disso, Lagarde elogiou a "determinação" mostrada pela Comissão Europeia para levar adiante o chamado "plano Juncker", que pretende mobilizar 315 bilhões de euros em investimentos na região para promover emprego e crescimento.

Ela também recomendou programas "focados na supressão de gargalos que afetam o crescimento nas áreas de transporte e energia", para que as economias emergentes de Brasil e Índia consolidem uma expansão sustentada.

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Washington - A economia global ainda encara fortes ventos contra, em meio a uma recuperação "frágil e desigual", para a qual a queda de preços do petróleo e a consolidação dos Estados Unidos não são suficientes, advertiu nesta quinta-feira a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional ( FMI ), Christine Lagarde .

"A pergunta óbvia é esta: deveriam os baixos preços do petróleo e a força da recuperação nos EUA nos deixar mais otimistas sobre as perspectivas globais?", questionou Lagarde em uma conferência no centro de estudos Council on Foreign Relations, em Washington.

"A resposta mais provável é "não," já que ainda há poderosos fatores que pesam em baixa", respondeu a chefe do FMI.

Deste modo, o Fundo jogou um balde de água fria nas expectativas criadas pelos analistas do mercado sobre as possibilidades de que esta redução de preços do barril de petróleo, abaixo dos US$ 50, possa atuar como estímulo para a economia global.

De fato, Lagarde apontou que a economia americana será a única que nadará contra a corrente em 2015, e solidificará a recuperação mostrada em 2014.

Enquanto a zona do euro e o Japão têm um "risco elevado" de baixa inflação e sob crescimento, os emergentes estão vendo desacelerar sua expansão econômica, após terem sido as locomotivas globais nos últimos anos.

Na zona do euro, precisamente, a queda na tarifa energética contribuiu para diminuir as expectativas de inflação, o que deu mais argumentos para que o Banco Central Europeu (BCE), como indicou o presidente da instituição, Mario Draghi, eleve seu estímulo monetário através da compra de dívida soberana.

Ao mesmo tempo, afirmou Lagarde, os baixos preços do petróleo já mostraram efeitos negativos sobre países produtores, como Nigéria, Rússia e Venezuela, que "enfrentam enormes pressões sobre suas divisas" diante da queda de suas receitas.

"Dado o tamanho destas economias, os recentes eventos podem ter significativos efeitos regionais", ressaltou Lagarde.

O discurso da diretora-gerente do FMI ocorreu dias antes de a organização divulgar, na próxima semana, em Pequim, a atualização de suas previsões para a economia global em 2015.

Em outubro, o fundo estimou um crescimento global para este ano de 3,8%.

As economias emergentes, prosseguiu Lagarde, "podem enfrentar neste ano um triplo golpe pela combinação de um dólar mais forte, taxas de juros globais mais elevadas e uma maior volatilidade dos fluxos de capital".

Ela explicou que 2015 será o ano no qual o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) subirá as taxas de juros de referência pela primeira vez desde o final de 2008, o que gerará instabilidade nos mercados financeiros globais.

Por isso, a ex-ministra francesa de Finanças e primeira mulher à frente do FMI apostou em uma maior liberalização do comércio, o investimento em infraestrutura e eliminação de distorções existentes nos mercado trabalhistas.

Lagarde citou como exemplo disso os acordos de comércio atualmente em negociação da Aliança Transpacífica (entre EUA e várias economias do Pacífico) e a Transatlântico (entre EUA e a União Europeia).

"Agora se requer vontade política para chegar à linha final", disse.

Além disso, Lagarde elogiou a "determinação" mostrada pela Comissão Europeia para levar adiante o chamado "plano Juncker", que pretende mobilizar 315 bilhões de euros em investimentos na região para promover emprego e crescimento.

Ela também recomendou programas "focados na supressão de gargalos que afetam o crescimento nas áreas de transporte e energia", para que as economias emergentes de Brasil e Índia consolidem uma expansão sustentada.

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