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Folha de pagamento da indústria encolhe 6,4% em 2003

Emprego industrial cai 0,1% em junho, a quinta redução consecutiva na série dessazonalizada que, entre janeiro e junho, acumulou queda de 1,3%

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h48.

O desemprego industrial em junho registrou leve retração, fechando em queda de 0,1%. Esta foi a quinta redução consecutiva na série dessazonalizada que, entre janeiro e junho, acumulou queda de 1,3%. Em relação a junho de 2002, houve queda de 0,6%. O acumulado do ano permaneceu estável e o dos últimos doze meses caiu 0,2%. A folha de pagamento da indústria continua com perda real: -4,6% em relação a junho de 2002, -6,4% no acumulado do ano e -4,5% nos últimos doze meses. A folha média de pagamento teve resultados negativos em junho 03/junho 02 (-4,0%), no acumulado do ano (-6,5%) e nos últimos doze meses (-4,3%). As informações são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O percentual de queda no mês foi inferior ao esperado pelo mercado, que estimava queda na taxa de até 0,5%.

Em junho, os indicadores do emprego industrial permaneceram negativos, em consonância com a retração observada na produção física. A série livre de influências sazonais, na comparação mês/mês anterior, mostrou a quinta redução consecutiva, -0,1%. Com isso, entre janeiro e junho deste ano, o emprego industrial acumulou queda de 1,3%.

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Em relação a junho de 2002, a perda foi de 0,6%. Na comparação do trimestre com igual período do ano anterior, houve expansão de 0,7% no primeiro trimestre e recuo de 0,6% no segundo. No acumulado do primeiro semestre (e do ano) não houve variação (0,0%) em relação ao do mesmo período de 2002, e no acumulado dos últimos doze meses, comparado da mesma forma, houve queda de 0,2%. Já no confronto com o mesmo mês do ano anterior, a taxa de -0,6% em junho foi a terceira negativa consecutiva, devido às reduções observadas em nove áreas e onze divisões.

Os ramos com os maiores pesos negativos na média nacional foram minerais não-metálicos (-7,5%), outros produtos da indústria de transformação (-8,6%) e papel e gráfica (-4,4%). Este último segmento representou a principal pressão negativa sobre o emprego da indústria de São Paulo (-1,5%), que junto à Minas Gerais (-2,3%), foram os estados com maior participação negativa. Já as influências positivas vieram de produtos de metal (9,5%) e máquinas e equipamentos-exclusive eletroeletrônicos (6,4%) em nível setorial, e de Paraná (4,8%) e região Norte e Centro-Oeste (3,9%), em nível regional.

A reversão verificada na passagem do primeiro trimestre (0,7%) para o segundo (-0,6%) foi observada em nove locais. Ceará, que passou de um aumento de 3,5% no primeiro trimestre para uma queda de -4,7% no segundo e Espírito Santo (de -1,2% para -4,3%) foram os locais que, relativamente, mais perderam trabalhadores neste período. Quinze dos dezoito setores reduziram as contratações de um trimestre para o outro, sendo as reduções mais intensas verificadas em fumo (de 6,4% para -2,4%), alimentos e bebidas (de 4,1% para 0,2%), papel e gráfica (de -0,9% para -4,2%) e minerais não-metálicos (de -3,6% para -6,9%).

O acumulado no ano, por sua vez, caiu até zero no primeiro semestre de 2003. Ou seja, o nível de emprego manteve-se no mesmo patamar observado no primeiro semestre de 2002. São Paulo (-0,6%) e região Nordeste (-1,7%) foram os principais destaques negativos entre os dez locais com recuos. Já os estados do Sul apresentaram uma melhor performance, por conta de Paraná (4,8%) e Santa Catarina (3,3%).

Em nível nacional, as demissões superaram as admissões em oito ramos, principalmente nos segmentos de outros produtos da indústria de transformação (-8,6%), minerais não-metálicos (-5,3%) e máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-3,8%). Já máquinas e equipamentos-exclusive eletroeletrônicos e de comunicações (7,1%) e alimentos e bebidas (2,1%) exerceram as pressões positivas mais relevantes.

O indicador acumulado nos últimos doze meses (-0,2%) mantém ritmo de queda há praticamente quatro meses. Por fim, o indicador de médias móveis trimestrais, ajustado sazonalmente, mostra aumento do ritmo de queda no emprego industrial, uma vez que o trimestre encerrado em junho foi 1,0% inferior ao encerrado em março.

Folha de pagamento

A folha de pagamento dos trabalhadores do setor industrial, após o recuo de 1,6% em maio, volta, em abril, a registrar ganho real na comparação com o mês anterior: 1,8%, descontadas as influências sazonais. Já os índices de médias móveis trimestrais mostram suave recuperação do valor da folha de pagamento: entre os trimestres encerrados em junho e maio deste ano há uma acréscimo de 0,4%.

Nos demais indicadores, a folha de pagamento da indústria continua com perda real: -4,6% em relação a junho de 2002, -6,4% no acumulado do ano e -4,5% nos últimos doze meses. A folha média de pagamento teve resultados negativos em junho 03/junho 02 (-4,0%), no acumulado do ano (-6,5%) e nos últimos doze meses (-4,3%).

Em relação a junho do ano passado, treze dos quatorze locais pesquisados reduzem, em termos reais, a folha de pagamento de seus empregados. Na formação da taxa global de -4,6% as indústrias de São Paulo (-5,2%) e, consequentemente, da região Sudeste (-5,9%) respondem pelas maiores contribuições negativas, influenciadas sobretudo pelos decréscimos nos setores de papel e gráfica (-17,2%, na primeira e -17,1% na segunda) e de máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-16,8% e -15,5%, respectivamente). As maiores quedas foram no Rio de Janeiro (-12,8%) e Bahia (-8,6%). Já a região Norte e Centro-Oeste foi o único local pesquisado que apresenta expansão (1,7%). Ainda neste confronto, nacionalmente, houve quedas na maioria (dezesseis) dos dezoito setores pesquisados, e os maiores impactos negativos vieram de papel e gráfica (-14,4%), minerais não metálicos (-18,5%) e máquinas e aparelhos eletro-eletrônicos e de comunicações (-11,6%).

No corte trimestral, observa-se praticamente uma manutenção do ritmo de queda do valor da folha de pagamento da indústria brasileira na passagem do primeiro (-6,6%) para o segundo trimestre (-6,2%), sempre em relação a igual trimestre de 2002. No caso específico do fechamento do segundo trimestre, os resultados da folha de pagamento são negativos em treze locais analisados, com as taxas oscilando entre os -12,7% registrados pelo Rio de Janeiro e os -2,5% do Rio Grande do Sul. Com expansão no valor da folha de pagamento encontra-se apenas a indústria da Região Norte e Centro-Oeste (0,4%).

Horas pagas

Em junho, o indicador do número total de horas pagas na indústria recuou 0,4% em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, repetindo o movimento de queda observado em maio (-0,5%). Em comparação a junho do ano passado houve queda de 1,3%, a quarta consecutiva. O acumulado do ano (-0,5%) amplia o recuo iniciado em abril (-0,1%), enquanto o indicador dos últimos doze meses aponta uma tendência de estabilização (-0,5%). A jornada média de trabalho mostra queda de -0,7% na comparação com igual mês do ano anterior, -0,5% no acumulado do ano e -0,3% nos últimos doze meses.

O número de horas pagas recuou 1,3%, em relação a junho de 2002. Houve queda em oito dos quatorze locais pesquisados, e as maiores influências negativas vieram de São Paulo (-2,5%), Minas Gerais (-2,5%) e Rio de Janeiro (-4,8%). Também houve quedas na Região Nordeste (-1,6%), Rio Grande do Sul (-2,4%), Ceará (-5,0%), Espírito Santo (-6,5%). Os principais impactos positivos vieram do Paraná (5,9%) e Região Norte e Centro-Oeste (3,0%), pois ambos tiveram mais horas pagas no setor de alimentos e bebidas (12,0% e 6,8%, respectivamente).

Ainda no indicador mensal, a principal pressão negativa foi exercida pelo setor de fabricação de outros produtos da indústria de transformação (-10,0%), seguido pelas indústrias de minerais não metálicos (-7,6%) e têxtil (-6,5%). A maior contribuição positiva veio de produtos de metal - exclusive máquinas e equipamentos (7,8%).

Comparando-se a evolução trimestral do número de horas pagas, frente a igual período do ano anterior, observa-se uma inversão no seu desempenho, que passa de um acréscimo de 0,3% para uma queda de 1,2%. Este comportamento é explicado pela redução observada em dez dos dezoito setores analisados.

O acumulado de janeiro-junho confirmou recuo (-0,5%) no total das horas pagas. Houve quedas em nove ramos pesquisados, e as que mais influenciaram o resultado global foram, também neste confronto, as dos setores de fabricação de outros produtos da indústria de transformação (-10,1%) e minerais não-metálicos (-5,0%). Em contrapartida, o desempenho do setor de alimentos e bebidas (2,9%) permanece como o principal responsável pela maior contribuição positiva no resultado global.

O acumulado nos últimos doze meses (-0,5%), sinaliza estabilidade. Nacionalmente, onze setores tiveram recuo nas horas pagas. O maior impacto negativo veio do ramo de fabricação de outros produtos da indústria de transformação (-8,8%) e o positivo, de alimentos e bebidas (4,8%). Regionalmente, a maior influência negativa foi São Paulo (-2,3%). Também houve quedas no Rio de Janeiro (-3,6%), Minas Gerais (-1,9%), Rio Grande do Sul (-0,4), Bahia (-0,5%) e Espírito Santo (-1,9%). Os desempenhos positivos foram na região Norte e Centro-Oeste (4,0%), Paraná (4,1%), Santa Catarina (2,4%), Nordeste (0,7%), Pernambuco (4,2%), Ceará (2,0%).

Acompanhando o movimento apontado pelo emprego, a evolução da horas pagas pelo gráfico de médias móveis trimestrais também sinaliza redução, já que o segundo trimestre foi 0,8% inferior ao primeiro.

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