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FMI olha para trás na análise do País, diz governo

Segundo Márcio Holland, avaliação faz com que instituição subestime a capacidade de crescimento do país neste ano

Fachada da sede do FMI em Washington: Brasil sofreu o segundo maior corte nas projeções de crescimento apresentadas pelo fundo (Saul Loeb/AFP/AFP)
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Da Redação

Publicado em 8 de abril de 2014 às 21h03.

Washington - O Fundo Monetário Internacional ( FMI ) está olhando "para trás" em suas análises sobre o Brasil, o que faz com que a instituição subestime a capacidade de crescimento do país neste ano, afirmou nesta terça-feira, 08, em Washington o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland. Em sua opinião, as projeções pessimistas do Fundo não refletem a melhoria dos indicadores e fundamentos brasileiros registrada em fevereiro e março, depois de um início de ano turbulento.

"É difícil um órgão ter a capacidade de observação de todos os países do mundo com a propriedade que temos domesticamente. Provavelmente, o FMI nem sequer abriu os dados de janeiro a março de 2014", disse Holland, para quem as projeções foram baseadas em resultados do último trimestre de 2013.

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O Brasil sofreu o segundo maior corte nas projeções de crescimento apresentadas pelo FMI no documento Perspectiva Econômica Mundial, ficando atrás apenas da Rússia. A organização internacional espera que o PIB brasileiro tenha expansão de 1,8% em 2014. Em janeiro, a expectativa era de 2,3%. A equipe do Ministério da Fazenda projeta 2,5%.

Holland citou uma série de dados para justificar a estimativa mais otimista, entre os quais a queda da inadimplência e do desemprego e o aumento da massa salarial e da confiança das famílias. Ao lado da redução da inflação de alimentos e bebidas, esses indicadores devem gerar aumento do consumo e, por tabela, do investimento, sustentou.

Além da projeção baixa de crescimento, o FMI criticou a deterioração da situação fiscal do Brasil, os gargalos de infraestrutura e a inflação persistentemente alta, que continuará a exigir aumento da taxa de juros. Em tese, o aperto monetário tem impacto negativo sobre o investimento, o que provoca a redução do ritmo de crescimento.

O secretário disse que o rebaixamento da classificação de risco do Brasil pela agência Standard & Poor's não impediu a melhoria da percepção do País pelos investidores, que olham para a rentabilidade e o tamanho do mercado doméstico. Holland lembrou que o Investimento Estrangeiro Direto (IED) no acumulado de 12 meses chegou em fevereiro a US$ 65,8 bilhão, comparados a US$ 64,05 bilhões registrados em dezembro.

Segundo ele, a primeira quinzena de janeiro foi marcada por uma série de incertezas, geradas pelo início do processo de retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos, sinais de desaceleração na China e o dilema europeu entre crescimento e consolidação fiscal.

O cenário hoje está mais claro, observou. O Federal Reserve deve começar a elevar os juros em 2015, mas a taxa deve encerrar o ano em um patamar ainda baixo, de 1%. E, na Europa, a percepção é de que é necessário manter os estímulos ao crescimento. "Grande parte das fontes de incerteza foi minimizada." Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

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