Fluxo cambial é positivo em US$2,6 bi na última semana
Uma semana antes, entre os dias 27 de fevereiro e 2 de março, o fluxo havia sido positivo em US$ 2,920 bilhões
Da Redação
Publicado em 14 de março de 2012 às 13h49.
São Paulo - A entrada de dólares no Brasil continuou firme na semana passada, apesar de uma leve queda em relação à semana anterior, mesmo após o governo ter anunciado medidas para diminuir os ingressos de recursos numa tentativa de conter uma valorização excessiva do real.
A diferença entra as entradas e saídas de dólares ficou superavitária em 2,642 bilhões de dólares na semana passada. Uma semana antes, entre os dias 27 de fevereiro e 2 de março, o fluxo havia sido positivo em 2,920 bilhões de dólares.
O resultado da semana passada foi sustentado totalmente pelo segmento comercial, que registrou superávit de 2,691 bilhões de dólares. A conta financeira -por onde passam os investimentos externos em carteira e produtivos, entre outros- ficou negativa em 49 milhões de dólares.
No mês até dia 9, o fluxo cambial está positivo em 5,108 bilhões de dólares, praticamente o mesmo montante visto em fevereiro todo, quando o superávit ficou em 5,705 bilhões de dólares. Na conta do mês, as operações comerciais têm saldo positivo de 3,609 bilhões de dólares, enquanto o segmento financeiro é superavitária em 1,499 bilhão de dólares.
No acumulado do ano, o fluxo cambial é positivo em 18,095 bilhões de dólares. Ainda assim, o número está abaixo dos 30,361 bilhões de dólares que ingressaram ao Brasil em termos líquidos no mesmo período do ano passado.
Os fortes ingressos de recursos ao país têm contribuído para a queda do dólar, que no mês passado chegou a cair abaixo de 1,70 real, levando o BC a voltar a intervir no mercado e o governo a adotar medidas para frear o intenso fluxo de dólares.
O governo tem endurecido o tom contra a chamada "guerra cambial". Apenas em 1º de março foram duas medidas para frear a entrada de dólares no país, cerca de um mês após o BC ter retomado operações de compra de dólares nos mercados à vista e a termo, bem como leilões de swap cambial reverso, que equivalem a uma aquisição de moeda no mercado futuro.
Na última segunda-feira, o governo voltou a agir, elevando o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a 6 por cento sobre empréstimos externos com prazos de até cinco anos. O prazo foi ampliado onze dias depois de o governo elevar a alíquota do imposto sobre operações de até três anos.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem repetidamente dito que o governo não permitirá uma apreciação do real para não prejudicar ainda mais a indústria brasileira.
Na terça-feira, Mantega afirmou que o governo é partidário do câmbio flutuante, mas "não podemos fazer papel de bobos" num momento de grande liquidez internacional, que tende a valorizar moedas locais e prejudicar seus mercados.
Compras do BC
O BC informou também que liquidou 958 milhões de dólares em compras de moeda no mercado à vista na semana passada. Na semana anterior, o BC havia liquidado 842 milhões de dólares nessa modalidade. Considerando o mês, as compras liquidadas ficaram em 1,214 bilhão de dólares.
As intervenções no mercado de câmbio pelo BC fazem parte da estratégia do governo de conter a apreciação do real. A autoridade monetária retomou as compra de dólares nos mercados vista e a termo no mês passado e realizou também leilões de swap cambial reverso, que equivalem a uma aquisição de moeda no mercado futuro.
O BC, no entanto, não atua diretamente no mercado desde 5 de março. Desde 1º de março, quando o governo anunciou as primeiras medidas no mercado de câmbio, o dólar acumula valorização de 4,67 por cento até a véspera, a maior dentre as 36 moedas mais negociadas nos mercados globais de câmbio acompanhadas pela Thomson Reuters.
Às 13h32 desta quarta-feira, o dólar subia 0,77 por cento, para 1,8141 real na venda, em meio aos ganhos da moeda no exterior e a expectativas de que o governo possa adotar novas medidas no mercado de câmbio.
São Paulo - A entrada de dólares no Brasil continuou firme na semana passada, apesar de uma leve queda em relação à semana anterior, mesmo após o governo ter anunciado medidas para diminuir os ingressos de recursos numa tentativa de conter uma valorização excessiva do real.
A diferença entra as entradas e saídas de dólares ficou superavitária em 2,642 bilhões de dólares na semana passada. Uma semana antes, entre os dias 27 de fevereiro e 2 de março, o fluxo havia sido positivo em 2,920 bilhões de dólares.
O resultado da semana passada foi sustentado totalmente pelo segmento comercial, que registrou superávit de 2,691 bilhões de dólares. A conta financeira -por onde passam os investimentos externos em carteira e produtivos, entre outros- ficou negativa em 49 milhões de dólares.
No mês até dia 9, o fluxo cambial está positivo em 5,108 bilhões de dólares, praticamente o mesmo montante visto em fevereiro todo, quando o superávit ficou em 5,705 bilhões de dólares. Na conta do mês, as operações comerciais têm saldo positivo de 3,609 bilhões de dólares, enquanto o segmento financeiro é superavitária em 1,499 bilhão de dólares.
No acumulado do ano, o fluxo cambial é positivo em 18,095 bilhões de dólares. Ainda assim, o número está abaixo dos 30,361 bilhões de dólares que ingressaram ao Brasil em termos líquidos no mesmo período do ano passado.
Os fortes ingressos de recursos ao país têm contribuído para a queda do dólar, que no mês passado chegou a cair abaixo de 1,70 real, levando o BC a voltar a intervir no mercado e o governo a adotar medidas para frear o intenso fluxo de dólares.
O governo tem endurecido o tom contra a chamada "guerra cambial". Apenas em 1º de março foram duas medidas para frear a entrada de dólares no país, cerca de um mês após o BC ter retomado operações de compra de dólares nos mercados à vista e a termo, bem como leilões de swap cambial reverso, que equivalem a uma aquisição de moeda no mercado futuro.
Na última segunda-feira, o governo voltou a agir, elevando o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) a 6 por cento sobre empréstimos externos com prazos de até cinco anos. O prazo foi ampliado onze dias depois de o governo elevar a alíquota do imposto sobre operações de até três anos.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem repetidamente dito que o governo não permitirá uma apreciação do real para não prejudicar ainda mais a indústria brasileira.
Na terça-feira, Mantega afirmou que o governo é partidário do câmbio flutuante, mas "não podemos fazer papel de bobos" num momento de grande liquidez internacional, que tende a valorizar moedas locais e prejudicar seus mercados.
Compras do BC
O BC informou também que liquidou 958 milhões de dólares em compras de moeda no mercado à vista na semana passada. Na semana anterior, o BC havia liquidado 842 milhões de dólares nessa modalidade. Considerando o mês, as compras liquidadas ficaram em 1,214 bilhão de dólares.
As intervenções no mercado de câmbio pelo BC fazem parte da estratégia do governo de conter a apreciação do real. A autoridade monetária retomou as compra de dólares nos mercados vista e a termo no mês passado e realizou também leilões de swap cambial reverso, que equivalem a uma aquisição de moeda no mercado futuro.
O BC, no entanto, não atua diretamente no mercado desde 5 de março. Desde 1º de março, quando o governo anunciou as primeiras medidas no mercado de câmbio, o dólar acumula valorização de 4,67 por cento até a véspera, a maior dentre as 36 moedas mais negociadas nos mercados globais de câmbio acompanhadas pela Thomson Reuters.
Às 13h32 desta quarta-feira, o dólar subia 0,77 por cento, para 1,8141 real na venda, em meio aos ganhos da moeda no exterior e a expectativas de que o governo possa adotar novas medidas no mercado de câmbio.