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Fitch pode elevar rating do Pão de Açúcar

A agência de classificação de risco alterou a perspectiva dos ratings do grupo Pão de Açúcar de estável para positiva

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2009 às 10h05.

A agência de classificação de risco Fitch alterou a perspectiva dos ratings nacionais de longo prazo "A(bra)" do grupo Pão de Açúcar (CDB) e de sua sexta emissão de debêntures, no valor de 800 milhões de reais, de estável para positiva.

De acordo com a Fitch, a mudança reflete o potencial positivo nos negócios e na geração de caixa do Pão de Açúcar decorrente da associação entre as atividades de não-alimentos do CBD (Ponto Frio e Extra Eletro) com a Casa Bahia, anunciado na última sexta-feira.

É consenso entre os analistas do mercado de que a fusão permitirá que o CDB fortaleça e aumente sua atividade no segmento de eletrônicos e tenha posição dominante ou ao menos de igualdade com os competidores das duas grandes áreas de varejo em que atua - alimentos e eletroeletrônicos.

Segundo a Fitch, a estrutura da transação baseada em trocas de ações, sem desembolso de caixa por parte da CBD, não deve afetar significativamente a forte liquidez da companhia.

Para os próximos meses, a agência espera que a liquidez e a alavancagem consolidada do CBD permaneçam próximas aos níveis atuais e que a companhia preserve sólida estrutura de capital.

Geração de Caixa
De acordo com a projeção da Fitch, a união das duas empresas será responsável por uma receita proforma consolidada de cerca de 35 bilhões de reais. No entanto, com a consolidação, a margem Ebtida (lucros antes de juros, impostos, amortização e depreciação) do CDB deve cair de 8,4% para 7,4%, devido à margem inferior de 5,9% da Casa Bahia

"Apesar da expectativa de redução de 1% na margem de Ebtida consolidada, a CBD deverá ser capaz de gerar um Ebtida acima de 2,500 bilhões de reais, melhorar o fluxo de caixa livre e preservar confortável posição de liquidez", afirmou a Fitch, em relatório.

Risco
O inevitável crescimento da demanda de capital de giro pode gerar pressões por novas dívidas. Entretanto, segundo avaliação da agência, a alavancagem deverá permanecer moderada. A dívida líquida consolidada proforma do CBD deverá atingir cerca de 3.960 milhões de reais, incluindo a dívida líquida de 950 milhões de reais da Nova Casa Bahia. A dívida ajustada total proforma deverá aumentar para cerca de 8,853 bilhões de reais, em comparação com 7,203 bilhões de reais do CBD de forma isolada, em setembro de 2009.

A Fitch reiterou ainda que a maior participação do CDB no segmento de eletrônicos gera novos desafios à empresa e, dessa forma, é uma preocupação que deve ser monitorada, uma vez que este setor é mais vulnerável a oscilações macroeconômicas quando comparado com o setor de alimentos.
 

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