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Dados de Piketty sobre desigualdade estão errados, diz FT

Jornal britânico Financial Times coloca em xeque números e escolhas metodológicas do economista Thomas Piketty no livro-sensação "O Capital no Século XXI"

Piketty: taxar grandes fortunas é a melhor saída para reduzir a desigualdade (Divulgação)

João Pedro Caleiro

Publicado em 25 de maio de 2014 às 16h04.

São Paulo - Uma das obras econômicas que mais chamaram a atenção nos últimos anos está sendo duramente questionada pelo Financial Times .

Uma investigação do jornal britânico criticou a forma como números de renda foram utilizados pelo economista francês Thomas Piketty no livro "O Capital no Século XXI".

A obra é alvo de um debate intenso desde que foi lançada e chegou ao primeiro lugar entre os livros mais vendidos na Amazon.

O jornal afirma que o banco de dados utilizado está cheios de "erros simples de transcrição errada por causa de 'dedos gordos', técnicas de proporcionalidade subótimas, múltiplos ajustes inexplicados nos números, entrada de dados sem fontes, uso inexplicado de períodos de tempo diferentes e uso inconsistente de fontes de dados"

Para Chris Giles, que assina os artigos, os problemas são suficientes para colocar em xeque a tese central de que a desigualdade explodiu nos países desenvolvidos desde os anos 70, especialmente no caso de alguns países.

"Quando os dados são limpos e simplificados, os resultados europeus não mostram qualquer tendência em direção a uma maior desigualdade de riqueza desde 1970. As fontes para os Estados Unidos também são inconsistentes demais para desenhar uma única longa série."

Piketty declarou à agência AFP que "o Financial Times está sendo ridículo porque todos os seus contemporâneos reconhecem que as maiores fortunas cresceram mais rápido".

Em uma resposta detalhada publicada no jornal, ele lembrou que deixou públicos todos os seus bancos de dados justamente para fomentar um debate "aberto e transparente" e que esse tipo de debate é natural dado o volume de dados utilizado:

"Vários ajustes são necessários nas fontes de dados para torná-las mais homogêneas ao longo do tempo e em diferentes países (...) nós certamente melhoraremos minha série e os ajustes (muitos dos quais certamente podem ser discutidos), mas não acho que isso vá ter grande impacto nas conclusões gerais."

O economista Paul Krugman e um blog da revista The Economist também saíram em defesa de Piketty.

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São Paulo - Uma das obras econômicas que mais chamaram a atenção nos últimos anos está sendo duramente questionada pelo Financial Times .

Uma investigação do jornal britânico criticou a forma como números de renda foram utilizados pelo economista francês Thomas Piketty no livro "O Capital no Século XXI".

A obra é alvo de um debate intenso desde que foi lançada e chegou ao primeiro lugar entre os livros mais vendidos na Amazon.

O jornal afirma que o banco de dados utilizado está cheios de "erros simples de transcrição errada por causa de 'dedos gordos', técnicas de proporcionalidade subótimas, múltiplos ajustes inexplicados nos números, entrada de dados sem fontes, uso inexplicado de períodos de tempo diferentes e uso inconsistente de fontes de dados"

Para Chris Giles, que assina os artigos, os problemas são suficientes para colocar em xeque a tese central de que a desigualdade explodiu nos países desenvolvidos desde os anos 70, especialmente no caso de alguns países.

"Quando os dados são limpos e simplificados, os resultados europeus não mostram qualquer tendência em direção a uma maior desigualdade de riqueza desde 1970. As fontes para os Estados Unidos também são inconsistentes demais para desenhar uma única longa série."

Piketty declarou à agência AFP que "o Financial Times está sendo ridículo porque todos os seus contemporâneos reconhecem que as maiores fortunas cresceram mais rápido".

Em uma resposta detalhada publicada no jornal, ele lembrou que deixou públicos todos os seus bancos de dados justamente para fomentar um debate "aberto e transparente" e que esse tipo de debate é natural dado o volume de dados utilizado:

"Vários ajustes são necessários nas fontes de dados para torná-las mais homogêneas ao longo do tempo e em diferentes países (...) nós certamente melhoraremos minha série e os ajustes (muitos dos quais certamente podem ser discutidos), mas não acho que isso vá ter grande impacto nas conclusões gerais."

O economista Paul Krugman e um blog da revista The Economist também saíram em defesa de Piketty.

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