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Fiesp pede a ampliação da política de desenvolvimento

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) apresentou hoje ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) as propostas da entidade para ampliar a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do governo federal, lançada em maio de 2008, poucos meses antes do agravamento […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h47.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) apresentou hoje ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) as propostas da entidade para ampliar a Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) do governo federal, lançada em maio de 2008, poucos meses antes do agravamento da crise financeira internacional. Entre as propostas do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp está a manutenção da taxa de juros da linha de financiamento de máquinas e equipamentos em 4,5% ao ano e a redução dos juros de outras linhas de financiamento do BNDES para 5,25% ao ano.

Outro pedido é uma redução maior da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), já que o corte da taxa, de 6,25% para 6% ao ano, em junho, foi considerado tímido. A entidade argumenta que houve um aumento, em termos reais, após a queda de um ponto porcentual na expectativa de inflação nos últimos 12 meses. "É necessária uma redução equivalente", diz a proposta elaborada pela Fiesp, contida em um documento entregue hoje ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

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A entidade afirma ainda que a ampliação e a redução do custo de crédito proporcionadas pela PDP amenizaram o efeito da crise, mas não conseguiram manter a trajetória de crescimento dos investimentos. No terceiro trimestre de 2008, enquanto o PIB cresceu 1,4%, os investimentos subiram 4,3%. Já no segundo trimestre de 2009, o PIB teve expansão de 1,9%, enquanto os investimentos cresceram apenas 0,1%. "As medidas da PDP precisam ser ampliadas para que o nível de investimento anterior à crise também volte", diz o documento.

A Fiesp destaca que, em meio à crise, as metas de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) contidas na PDP para 2009 não serão atingidas e afirma que o cenário não será diferente em 2010. A meta inicial proposta pela PDP era de um crescimento da FBCF de 11,6% neste ano e 11,1% em 2010, mas, de acordo com as expectativas apresentadas no relatório Focus do Banco Central de outubro, haverá retração de 12,8% em 2009 e expansão de apenas 6,6% em 2010.

Na avaliação de Luciano Coutinho, a meta de 2009 está fora de questão, mas 2010 poderá terminar com uma taxa de crescimento da FBCF maior que as expectativas. Na avaliação dele, o desafio neste momento é obter uma expansão do investimento em níveis acima dos projetados pelo mercado. "Quero trabalhar com um crescimento de pelo menos 10% nos investimentos no próximo ano", afirmou, após evento na Fiesp nesta quarta-feira. "Acho que isso está ao nosso alcance, é possível. A compreensão dessa necessidade para reforçar o ciclo de investimentos deve ser a grande prioridade para a economia neste momento. O investimento deve voltar a liderar o crescimento."

O presidente do BNDES afirmou que novas medidas podem ser tomadas para fortalecer o nível de investimento, mas não revelou quais seriam. Quanto ao pedido da indústria de manter a taxa de juros para os investimentos em máquinas e equipamentos em 4,5%, Coutinho afirmou que o governo não estuda prorrogar a redução dos juros nas operações de crédito do Finame (linha específica para aquisição de máquinas e equipamentos). "Não há nenhuma decisão a respeito." Ele ressaltou, contudo, que o BNDES está aberto ao diálogo com as entidades que representam a indústria.

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